Justiça penhora contas de bolsonarista que atacou Lula na morte do neto
A Justiça de São Paulo determinou a penhora das contas bancárias de Rozilma Kreutzer, condenada por ter atacado Lula nas redes sociais logo após a divulgação da morte de Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, neto do presidente, em março de 2019.
Rozilma, que se apresenta nas redes sociais como Rosi Otto e diz "amar" Jair Bolsonaro, escreveu o seguinte post na ocasião:
"Lamento, sim, a morte de Arthur, assim como lamento a morte de todas as crianças que o molusco matou por meio da corrupção."
Processada por Lula, Rozilma foi condenada em agosto do ano passado a pagar uma indenização de R$ 2.334,21 (valores atualizados, que incluem os honorários advocatícios).
O juiz Fernando Domingues Ladeira afirmou na decisão que o "texto atentou contra a dignidade de Lula, aproveitando-se da sua dor para buscar popularidade na internet".
O magistrado disse que Rozilma "maculou" a imagem do petista "ao imputar-lhe o crime de corrupção e o homicídio de crianças", e que tal comportamento não é abrangido pela liberdade de expressão. "A mensagem tem por intento aumentar a dor da perda do neto."
Nas redes sociais, após saber do processo, Rozilma disse: "já não me importo mais se vou me arrebentar ou não. Não me importo mais com o que possa acontecer comigo. Já fui processada pelo 10-1 dedos. Se o meu presidente se arrisca, tenho o dever de apoiá-lo e me arriscar também. Não fui educada para ser covarde".
A Defensoria Pública, que fez a sua defesa no processo, afirmou que "a manifestação, de cunho meramente político, não pretendeu atentar contra a imagem do jovem falecido no triste episódio".
"Figuras públicas devem suportar a fama e, especialmente na política, as narrativas de vertentes contrárias que lhe atribuem desvios, sob pena de mácula ao Estado Democrático de Direito e ao exercício da plena cidadania com liberdade de expressão", declarou a Defensoria à Justiça.
O processo já transitou em julgado, ou seja, não há mais possibilidade de recurso em relação ao mérito.
Como Rozilma não pagou o valor determinado, as contas foram bloqueadas no último dia 6 de setembro
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