Rogério Gentile

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Daniel Alves processa amigo que teria se apoderado de carro e obras de arte

O jogador de futebol Daniel Alves abriu um processo na Justiça paulista contra um amigo que estaria se recusando a lhe devolver cerca de R$ 137,2 milhões em bens.

O atleta, que está preso na Espanha sob acusação de ter cometido violência sexual contra uma mulher em uma boate, disse à Justiça que, em 2022, ao se mudar para o México, quando foi jogar no Pumas, deixou obras de arte, móveis, instrumentos musicais e uma Land Rover guardados com esse amigo, entre outros bens.

Depois que foi preso, ele pediu a restituição dos bens, mas o amigo manteve-se "inerte", segundo o processo.

Por conta disso, por meio de seus advogados, registrou um boletim de ocorrência eletrônico e entrou com o processo de restituição e indenização por danos morais na Justiça.

"A atitude do réu é simplesmente apossar-se dos bens de Daniel, torcendo para que não saia da atual situação em que se encontra hoje, encarcerado em outro país", afirmaram à Justiça os advogados Márcio Crociati e Maurício Junior Hora, que o representam. "São bens de elevado valor sentimental e financeiro."

Entre os bens há quadros de Romero Brito, Luiz Franca e Oswado Verano, o busto de um cavalo árabe feito em esmeralda, cerca de 30 instrumentos e objetos musicais, além de joias e relógios.

O réu ainda não foi citado pela Justiça e, portanto, não apresentou defesa. A coluna não conseguiu localizá-lo.

O juiz Tom Alexandre Brandão determinou ao atleta que explique o valor de R$ 137,2 milhões dado à causa, relacionando todos os bens e seus respectivos valores.

Ele também não aceitou a alegação feita por Daniel Alves que disse passar atualmente por dificuldades financeiras.

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O atleta afirmou que, por conta da prisão na Espanha, perdeu contratos e disse que seu único rendimento atualmente é referente à rescisão contratual com o São Paulo, clube no qual atuou de 2019 a 2021.

A alegação foi feita com o objetivo de pagar apenas ao final do processo as chamadas custas processuais, uma taxa cobrada pela Justiça para a prestação do serviço público.

O juiz rejeitou o pedido dizendo que "a prisão na Espanha não significa a impossibilidade de Daniel Alves arcar com os custos do processo, que são absolutamente compatíveis com o patrimônio de um jogador de futebol do padrão do autor [do processo]".

Se não pagar a taxa, o processo pode ser indeferido.

De acordo com o site do Tribunal de Justiça, a taxa é de 1% sobre o valor da causa, devendo ser observado um valor mínimo de 5 Ufesps e um máximo de 3 mil Ufesps (Unidades Ficais do Estado de São Paulo).

Cada Ufesp vale hoje R$ 34,26.

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Ou seja, Alves teria de pagar uma taxa de R$ 102.780.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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