Bolsonaro no horário eleitoral gratuito divide aliados de Nunes
Aliados do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), estão divididos quanto à participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no horário eleitoral gratuito do candidato na TV e no rádio.
"Se depender de mim, o Bolsonaro nem pisa em São Paulo. Vou trabalhar contra no comando da campanha. Quando nós precisamos dele, ele não veio. Agora não precisamos mais. Os votos da direita virão para o Ricardo independentemente do Bolsonaro", disse à coluna o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP).
Já o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, tem posição diametralmente oposta. Em fala à coluna, ele defendeu enfaticamente a importância do ex-presidente na campanha de Nunes, embora tenha reclamado de Bolsonaro, para a colunista Mônica Bergamo, pelo fato de ele ter se omitido no primeiro turno:
"O Bolsonaro ajudará muito se entrar neste segundo turno com força. Para se ter uma ideia, somente na quinta-feira à noite, antes da eleição do domingo [6], conseguimos editar um videozinho dele em apoio ao prefeito. Com um minuto e meio. Só por causa disso, os institutos de pesquisa disseram que Pablo Marçal perdeu 17% dos bolsonaristas. E olha que ele nem falou do Marçal, só manifestou apoio ao Nunes."
Já o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que também integra o comando da campanha pela reeleição do prefeito, tem uma terceira opinião.
"Uma manifestação de apoio do Bolsonaro ao Nunes não influiria grandes coisas. Assim como não influi a manifestação do presidente Lula (PT) em favor do Guilherme Boulos [candidato a prefeito pelo Psol]", disse Kassab à GloboNews.
Segundo ele, "a essa altura da campanha, todo mundo sabe que o Bolsonaro apoia o Nunes e o Lula apoia o Boulos". Kassab defende que a eleição municipal ficará longe da polarização nacional. "Neste momento, o que interessa é a capacidade de gestão do candidato. Não é a ideologia."
De qualquer maneira, o fato é que a participação de Bolsonaro na campanha está dividindo corações e mentes dos aliados de Ricardo Nunes. Nem o prefeito, nem seu marqueteiro revelaram ainda se convidarão o ex-presidente para o horário eleitoral.
Um temor é de que a participação de Bolsonaro traga para a campanha municipal a polarização nacional dos bolsonaristas com Lula, o que não interessa ao candidato do MDB.
Mas o outro temor é quanto às consequências de uma reação irritada de Bolsonaro. Principalmente depois que o ex-presidente declarou que entrará "de cabeça" na campanha neste segundo turno.
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