Para ministros do centrão, governo é de Lula, mas caneta é deles
A colunista do UOL Thais Bilenky afirmou durante o programa Análise da Notícia que, apesar de o governo Lula ceder ministérios para o centrão, existe uma dificuldade do governo em conseguir maioria no Congresso.
Para ministros do centrão, governo é de Lula, mas caneta é deles. Thais Bilenky
Bilenky afirmou que os ministros do centrão fazem parte de uma composição do governo para conseguir maioria nas votações e aprovar projetos, mas, em alguns casos, fica nítido que ministros do centrão pertencem a um grupo que não é da base governista. A própria fala de alguns ministros evidencia a situação.
Tem ministros que falam em nome do governo e do presidente Lula como seu superior e seu chefe, mas tem ministros que, embora sejam tão ministros quanto os outros, se referem ao governo como 'governo deles' e o presidente Lula como uma figura que apenas ouvem falar. Nas entrelinhas fica muito claro que eles respondem e pertencem a um outro grupo. Thais Bilenky
A colunista do UOL também destacou que a entrega de ministérios não é suficiente para o governo aprovar suas pautas no Congresso e, por isso, alguns ministros específicos podem ter um papel-chave nas negociações com o centrão.
Alguns ministérios que foram ocupados pelo centrão fazem uma ponte importante, como Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que assumiu o Ministério de Portos e Aeroportos. Ele pode ajudar nesse canal e acho que o governo investe em alternativas no Congresso para não ficar nas mãos dos mesmos. É uma estratégia clara do governo e agora eles precisam refinar um pouco porque no Congresso está bem complexo, na Câmara sobretudo. Thais Bilenky
Bilenky também disse que, em busca da governabilidade, algumas trocas já aconteceram com o governo em andamento e também apontou que novas trocas ministeriais podem acontecer nos próximos meses, sobretudo para contemplar alianças construídas para as eleições municipais.
Lula deu posse a três ministros do centrão com o governo já em voo no momento em que precisou fazer algumas trocas para viabilizar minimamente a agenda no Congresso. Deu posse a Celso Sabino (União Brasil-PA), muito ligado ao Arthur Lira e bom de bastidores, e depois nomeou Silvio Costa Filho e André Fufuca (PP-MA) ao mesmo tempo, em um momento de crise mais complexa. Todos são figuras do centrão que estão lá para ganhar votos para o governo no Congresso. (...) mudanças na Esplanada sempre estão em jogo, e em abril ou maio pode ter uma nova reforma contemplando as alianças das eleições municipais deste ano. Thais Bilenky
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