Live de Kicis repete argumentos superados sobre segurança do voto impresso
A deputada Bia Kicis (PSL-DF) lançou hoje uma campanha a favor do voto impresso no Brasil. Em uma live que durou mais de duas horas e reuniu cerca 20 convidados, deputados, senadores, jornalistas e outras personalidades repetiram argumentos já superados e desmentidos sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro atual.
O mais usado deles foi o da possibilidade de se auditarem as urnas eletrônicas e recontar os votos. Os defensores do voto impresso defendem que a metodologia é mais transparente.
O sistema eleitoral brasileiro será sempre fraudável. A única diferença é que o sistema brasileiro de urna eletrônica sem voto impresso, se houver fraude, ele não é rastreável.
Bia Kicis (PSL-DF), deputada federal
Falso
O UOL Confere já mostrou que a recontagem de votos não só é possível como está disponível para qualquer partido requerê-la. O que não é possível é a identificação do voto de cada eleitor.
Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), todas as urnas gravam os votos registrados nelas por meio do Registro Digital do Voto, um arquivo com uma espécie de planilha que compila 100% dos números digitados. Ao final da votação, esse registro é assinado digitalmente com o código específico daquela máquina e salvo.
Os participantes também citaram a possibilidade de fraudes e hackeamento de urnas, pontos também já esclarecidos pelas autoridades eleitorais, assim como pelas agências de checagem.
Repetir que não tem fraude ou possibilidade de fraude é leviano.
Rodrigo Constantino, jornalista
Falso
Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a urna foi projetada para ser um dispositivo isolado, ou seja, ela não está ligada à internet, a bluetooth ou a nenhum tipo de rede, o que inviabiliza a invasão de seu sistema.
Participantes também usaram a transmissão para atacar a mídia, partidos de esquerda, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Esses sujeitos do STF estão repetindo o que a Venezuela fez: fraude. Eles são um partido político, um braço da esquerda. E de quinta categoria, porque não têm um voto.
Roberto Jefferson (PTB), presidente do partido
Falso
Durante todo o dia, o TSE reiterou nas redes sociais a segurança das urnas eletrônicas no Brasil, além de postar textos detalhando o funcionamento de seu sistema.
Chamada "Voto impresso auditável, quem tem medo da transparência eletioral?", a live foi acompanhada por milhares de pessoas nas redes sociais. Entre os participantes estavam os jornalistas Alexandre Garcia e Rodrigo Constantino, os deputados Vitor Hugo (PSL-GO), Caroline de Toni (PSL-SC) e Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), os senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Plínio Valério (PSDB-AM), além do presidente do PTB, Roberto Jefferson, e do procurador do Mato Grosso do Sul Felipe Gimenez.
Kicis, que é presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), é autora de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que propõe mudanças no sistema eleitoral.
A questão volta à tona de tempos em tempos, mas por vezes envolta em desinformação. Mais recentemente, a crítica ao voto eletrônico foi feita, por exemplo, para questionar a vitória de Joe Biden nas eleições norte-americanas contra o então presidente Donald Trump.
Sem provas, Trump, seu advogado, e a emissora de televisão Fox News foram processados pela empresa responsável pelo sistema eletrônico de votação, a canadense Dominion.
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