Milton Ribeiro pediu exoneração e não foi afastado, como diz Bolsonaro
Ao contrário do que disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Itatiaia nesta terça-feira (22), ao comentar a prisão do seu ex-ministro Milton Ribeiro, o então chefe da pasta de Educação não foi afastado pelo governo. Milton Ribeiro pediu exoneração no dia 28 de março de 2022. Sua saída foi publicada como "exoneração a pedido" no Diário Oficial do mesmo dia.
"No caso do Milton, pelo que eu estou sabendo, é aquela questão de que ele estaria com aquela conversa informal demais com algumas pessoas de confiança dele e aí houve denúncia de que ele teria buscado prefeitos, gente dele, para negociar, para liberar recurso, isso e aquilo. O que acontece? Nós afastamos ele", disse Bolsonaro na manhã desta quarta-feira.
Ao deixar o Ministério da Educação, Milton Ribeiro escreveu uma carta comentando o episódio. Publicada pelo ex-ministro em sua conta pessoal no Twitter, a carta informa o pedido de exoneração:
"Assim, levando em consideração os aspectos citados, decidi solicitar ao presidente Bolsonaro a exoneração do cargo de Ministro, a fim de que não paire nenhuma incerteza sobre minha conduta e do Governo Federal. Meu afastamento visa, mais do que tudo, deixar claro que quero uma investigação completa e isenta."
Na época, o presidente chegou a dizer que a saída de Milton Ribeiro era temporária e que colocaria "a cara no fogo" pelo então ministro. "Estão fazendo uma covardia com ele", disse em live o presidente.
Vazamento
As duas falas de Bolsonaro a favor do ex-ministro ocorreram após o vazamento de um áudio de Ribeiro em que ele dizia favorecer com verbas do Ministério da Educação prefeitos ligados aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
Ribeiro disse ainda que fazia aquilo "a pedido de Bolsonaro". Santos e Moura também são alvos da operação da PF desta quarta-feira, 22, que cumpre mandados de busca e apreensão nos endereços dos dois. Gilmar Santos também foi preso preventivamente.
Investigação
A operação da PF investiga a prática de "tráfico de influência" e corrupção para a liberação de recursos públicos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Segundo a PF, foram identificados indícios de crimes na liberação de verbas do fundo com base em documentos, depoimentos e um relatório da CGU (Controladoria-Geral da União).
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