Ex-secretário de Segurança diz que autorizou entrada da PM no Carandiru
O secretário de segurança pública à época do massacre do Carandiru, Pedro Franco de Campos, disse em depoimento nesta terça-feira (16) que "nunca" conversou com o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho sobre o episódio desde que deixou o governo, menos de um mês depois do episódio. Mais cedo, Fleury afirmou que a ação no Carandiru foi "necessária" e "legítima". Ele disse ainda que autorizou a entrada da PM na penitenciária. "Havendo necessidade de entrar, o senhor está autorizado a entrar", disse o ex-secretário ao coronel Ubiratan Guimarães, que comandou a ação no presídio, à época.
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"Nunca conversei com o doutor Fleury sobre esse episódio", definiu. "Ele [Fleury] só perguntou se havia a necessidade de entrar a polícia. E eu disse: 'Sim, Fleury, tinha'", completou Campos.
Campos depôs como testemunha de defesa no júri de 26 policiais militares acusados pela morte de 15 detentos do presídio, em outubro de 1992, e falou na sequência ao depoimento de Fleury --que o citou como "amigo pessoal de mais de 30 anos".
Fleury também atribuíra ao ex-secretário --à época, responsável ainbda pela administração penitenciária --autonomia para agir diante de uma suposta rebelião no pavilhão 9.
"Se hoje tivesse a mesma situação, eu teria o mesmo procedimento", afirmou, referindo-se à ordem dada ao coronel Ubiratan Guimarães, à época, comandante da operação pela PM. Guimarães foi assassinado em 2006, mesmo ano em que foi absolvido pela condenação recebida, em 2001, pelo massacre.
O depoimento de Campos e o da juíza Sueli Zeraik, da 1ª Vara Criminal de Taubaté, encerraram a fase de depoimentos das testemunhas. Ela falou sobre a rebelião em que o diretor do presídio de Taubaté, José Ismael Pedrosa, foi assassinado em outubro de 2005. Pedrosa havia sido o diretor do Carandiru em 1992.
A defesa ainda não informou se os 24 réus presentes vão falar durante o interrogatório ou se permanecerão em silêncio.
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