"De herói a vilão no Rio", diz Economist sobre Sérgio Cabral
A revista inglesa "The Economist" publicou um artigo nesta sexta-feira (13) destacando a crise de popularidade enfrentada pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). "Ele tomou posse pela primeira vez em 2007, durante uma crise na segurança pública marcada por ataques a ônibus e sequestros. Ao invés de mandar a polícia ‘limpar’ as favelas, Cabral optou pelo policiamento comunitário”, diz a reportagem.
Sérgio Cabral é vaiado durante evento com Dilma no RJ
A escolha da cidade para sediar as Olimpíadas de 2016 serviria para ‘coroar’ o sucesso do governador. Mas atualmente ele é o chefe de Estado menos popular do país, com 12% de aprovação – quando foi reeleito, em 2010, ele tinha 66%.
A reportagem cita as manifestações que tomaram as ruas da cidade e a frente da residência de Cabral e foram violentamente reprimidas pela polícia como um divisor de águas na sua vida política – a ponto de Cabral declarar que pretende renunciar em dezembro para trabalhar na campanha do seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
O escândalo da construtora Delta – Cabral é próximo do empresário que controla a companhia – e o uso do helicóptero do governo para viagens pessoais de fim de semana ajudaram a sepultar a popularidade do governador.
Porém, o que puxou a avaliação positiva do governador para baixo, segundo o texto, foi a mudança na visão do projeto das UPPs (,Unidades de Polícia Pacificadora). "A principal razão para a queda de popularidade de Cabral é que a euforia que acompanhou a nova política de segurança está dando lugar a uma análise mais realista", diz a reportagem.
Segundo a reportagem, a gota d’água foram os episódios de violência policial nas comunidades ocupadas pelas UPPs, principalmente no Complexo da Maré - onde policiais do Bope mataram dez pessoas - e na Rocinha, onde o pedreiro Amarildo de Souza, 43, desapareceu após ser visto entrando em um carro da polícia, em julho, que trouxeram lembranças da "má polícia de antigamente".
O texto destaca ainda o fato de que a maioria das UPPs instaladas até agora estão localizadas em áreas nobres da zona sul ou em locais por onde passam vias estratégicas de passagem obrigatória dos turistas que visitam a cidade.
"Os bairros pobres do Rio estão começando a perceber que devem ter que esperar pelo menos uma década para terem uma UPP. Enquanto isso, temem a chegada de criminosos deslocados. A Baixada Fluminense, um aglomerado de bairros pobres onde a maior facção do Estado, o Comando Vermelho, atua, tem assistido ao aumento do número de assassinatos e roubos de veículos", explica o texto.
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