Operação contra o tráfico na Maré prende 25 suspeitos na zona norte do Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou na manhã desta quarta-feira (13) uma operação no complexo de favelas da Maré, na zona norte a capital fluminense. Até as 12h30, 25 pessoas haviam sido detidas. Os agentes buscam cumprir 51 mandados de prisão. Mais cedo a polícia havia informado que haviam 44 mandados a serem cumpridos.
De acordo com a Polícia Civil, dos 25 presos, 20 foram em cumprimento a mandados de prisão desta operação e cinco mediante mandados que estavam pendentes. Oito dos mandados já haviam sido cumpridos ao longo da semana. Foram apreendidas armas, munições e uma luneta, entre outros materiais, que ainda não foram contabilizados. Um carro roubado que pertenceria a um irmão do traficante Menor P foi apreendido.
Traficantes da comunidade reagem jogando granadas e trocando tiros com a polícia. O comércio na região segue fechado e os moradores, que relatam intenso tiroteio, evitam sair de casa. Segundo a Polícia Civil, os agentes encontraram um corpo durante a operação.
A atividade, batizada de Operação Netuno, visa desestabelecer o tráfico na região e é resultado de seis meses de investigação da Polícia Civil e da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança. A atividade conta ainda com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais, além de policiais federais e mais de 200 homens de outros grupamentos especializados. Um helicóptero dá apoio à operação.
Os policiais se reuniram às 3h30 na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na zona norte do Rio, e as equipes chegaram aos locais onde estariam os alvos da operação às 5h45.
As investigações apontam para a sucessão no comando do tráfico na Maré. Com a morte de Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, em maio de 2012, outro criminoso, Marcelo Santos das Dores, o Menor P, assumiu o controle da venda de armas e drogas da facção.
O trabalho de inteligência indica ainda que a comunidade conhecida como Nova Holanda se tornou uma espécie de entreposto de drogas. Nessa comunidade foi identificado um esquema de repasse de droga para criminosos do Espírito Santo.
A quadrilha utilizava pessoas para fazer o transporte --as mulas, como são chamadas pelos bandidos. Elas geralmente utilizavam ônibus para fazer o trajeto interestadual e eram escoltadas por criminosos na estrada, que faziam o trajeto Rio de Janeiro-Espírito Santo sem a droga.
O governo do Estado planeja instalar uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na Maré no primeiro semestre de 2014. Em agosto, o comandante da Polícia Militar do Rio, coronel José Luís Castro Menezes, avaliou que serão necessários 1.500 policiais na operação do complexo, que reúne 16 favelas.
A UPP da Maré havia sido anunciada pelo próprio governador em julho como a próxima a ser instalada no Estado. Ele havia feito o anúncio ao comentar operação policial que terminou com a morte de dez pessoas na favela Nova Holanda, mas as 12 favelas do Complexo do Lins de Vasconcelos, ambém na zona norte, acabaram sendo ocupadas primeiro.
Violência na Maré
A violência no Complexo da Maré deixou milhares de estudantes sem aulas no final de outubro, e a Polícia Militar informou à época que iria reforçar o patrulhamento nas favelas para pôr fim a uma guerra entre traficantes de facções rivais.
Foi no Complexo da Maré que dez pessoas morreram durante uma troca de tiros entre traficantes e policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) em julho. Formado por 15 comunidades com 130 mil moradores, o Complexo da Maré é dominado por duas facções de traficantes de drogas e uma milícia.
Cortado pelas três principais vias expressas do Rio (avenida Brasil e Linhas Vermelha e Amarela), o conjunto de favelas é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e precisa se deslocar para o centro, a zona sul ou à Barra da Tijuca, na zona oeste. (Com Bandnews e Estadão Conteúdo)
*Colaborou Gustavo Maia
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