Preso no Maranhão teria sido morto em retaliação a transferências de líderes de facção, diz governo
O preso Jó de Sousa Nojosa, encontrado morto nesta terça-feira (21), no complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, teria sido assassinado por colegas de cela horas em retaliação à transferência de nove líderes de facções criminosas do Maranhão, informou a SSP (Secretaria do Estado da Segurança Pública) do Maranhão. Foi a terceira morte no ano. Desde o ano passado, foram 63 assassinatos dentro do complexo.
Preso diz que transferências podem gerar mais ataques
Na segunda-feira (20), nove líderes do Bonde dos 40, facção que ordenou os ataques a quatro ônibus no último dia 3 --uma criança morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas-- foram transferidos de Pedrinhas, em São Luís, para presídios federais de segurança máxima.
O Maranhão passa por uma crise na área se segurança pública, que tem como foco o complexo de Pedrinhas. Superlotado, com 1.700 vagas e 2.200 presos, o complexo registrou 60 assassinatos de presos, sendo que a maioria deles foi ocasionada por briga entre facções criminosas que agem dentro dos presídios maranhenses.
Segundo a perícia feita pelo Icrim (Instituto de Criminalística) e pelo IML (Instituto Médico Legal), o corpo de Nojosa tinha sinais de agressões e a suspeita é que ele tinha sido assassinado, apesar de estar pendurado por uma “teresa” –-espécie de corda feita por lençóis entrelaçados-- como se tivesse cometido o suicídio enforcado.
Nojosa foi encontrado morto na cela 7, do bloco D da CCPJ. Os colegas de cela do preso morto serão autuados pelo crime. A cela foi inspecionada e não foram encontradas armas no local.
“Há indícios de que o crime tenha sido uma reação à transferência de presos para presídios federais”, afirmou a SSP (Secretaria de Segurança Pública).
Segundo a Sejap (Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária), foi montada uma força tarefa que apura crimes de homicídios no sistema prisional do Maranhão já iniciou as investigações sobre a morte do preso.
Mortes
Essa é a terceira morte ocorrida no complexo de Pedrinhas este ano, que está sob a segurança da PM (Polícia Militar) e da Força de Segurança Nacional.
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