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Polícia prende 3 suspeitos de apoio a massacre em Suzano; arma é apreendida

Luís Adorno, Nathan Lopes e Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

11/04/2019 15h53

Três suspeitos de participação no massacre de Suzano (SP) foram presos pela Polícia Civil entre ontem e hoje. As detenções foram solicitadas pela força-tarefa do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) e da Polícia Civil no caso, e foram autorizadas pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Os três detidos ficarão presos pelo prazo de 30 dias.

Foram presos Cristiano Cardias de Souza, Thatiano Oliveira de Queiroz e Adeilton Pereira dos Santos. Cristiano é suspeito de fornecer arma e munição para os autores do massacre, que completa um mês no próximo sábado.

Preso ontem, o suspeito de vender arma teria mantido contato com um dos autores do massacre. Na operação de hoje, a polícia apreendeu arma, munição e celulares com um dos outros dois suspeitos. A reportagem não localizou até o momento as defesas dos três suspeitos.

O processo e as investigações sobre o massacre são mantidos sob sigilo. O MP e a Polícia Civil não deram detalhes, até o momento, sobre o motivo que levou à prisão dos três suspeitos. Esclarecimentos devem ser prestados em um pronunciamento à imprensa no final da tarde de hoje.

Além dos três, um adolescente está apreendido desde 19 de março por suspeita de participação no crime que matou oito pessoas. Os dois autores do atendado também morreram.

Arma, munição e celulares foram apreendidos na operação da Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Arma, munição e celulares foram apreendidos na operação da Polícia Civil
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

O massacre

Cinco estudantes e duas funcionárias da escola estadual Raul Brasil foram mortos por dois ex-alunos da instituição na manhã do dia 13 de março. Onze estudantes ficaram feridos --todos receberam alta hospitalar.

O tio de um dos assassinos foi morto minutos antes em uma loja de carros. A dupla responsável pelo massacre --um de 17 anos e outro de 25-- também morreu na escola.

Os assassinos moravam na mesma rua em Suzano, eram amigos e compartilhavam o gosto por jogos de videogame. De acordo com vizinhos, a dupla chegou a bater na porta da casa de um desafeto na mesma rua. A família do vizinho não atendeu aos chamados. No ataque à escola, os autores do massacre também usaram um machado e uma besta (espécie de arco e flecha).

Em cadernos apreendidos pela polícia, um dos assassinos desenhou armas e homens encapuzados e escreveu palavras de ódio, além de anotações que trazem as "regras do jogo", em referência a táticas de games.

O governo de São Paulo definiu os critérios para indenizar as famílias dos mortos e feridos na escola por danos materiais e morais. Os parentes têm 60 dias para decidir se aceitam o acordo.