Estudo: custo da violência equivale a percentual do PIB gasto com educação
Estimativas feitas por pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que as perdas do Brasil com a violência chegam anualmente a 6% do PIB (Produto Interno Bruto), ou aproximadamente R$ 373 bilhões considerando valores de 2016. O valor é equivalente ao investido pelo Estado em educação.
O valor foi calculado com base em diversas pesquisas sobre impactos econômicos diversos da criminalidade entre 2003 e 2015. O maior impacto são os custos intangíveis com homicídios, que chegam a 2,5% do PIB. Os gastos com segurança privada e seguros chegam a 1,7% da riqueza nacional, enquanto gastos públicos com segurança pública e sistema prisional chegam, somados, a 1,6% do PIB.
O SUS (Sistema Único de Saúde) também sofre o impacto da violência. Segundo um estudo de 2003, os custos de saúde relacionados à violência chegam a 0,1% do PIB, o que equivaleria a R$ 9 bilhões em valores de 2016.
Para Daniel Cerqueira, pesquisador do Ipea e um dos organizadores do Atlas da Violência, é preciso preservar sobretudo a juventude para evitar consequências irreversíveis inclusive na produtividade da economia brasileira.
"A maior riqueza das nações são as pessoas. Se existe um fator que explica a prosperidade das nações é o capital humano. Isso implica em sofrimento, em dor, implica em um custo humano incomensurável. Mas isso também tem um custo econômico", avalia.
"Quando pegamos homens de 15 a 19 anos, 59,1% dessas mortes foram ocasionadas por homicídios. Estamos matando nossa juventude. Em qualquer momento seria trágico, mas no momento atual é pior ainda porque estamos passando pela maior transição demográfica de nossa história", diz Daniel.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.