Em cela de segurança máxima em SP, chefe do PCC vai à prisão pela 4ª vez
Transferido hoje à tarde para a penitenciária dois de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, André de Oliveira Macedo, 42, conhecido como André do Rap, faz agora sua quarta passagem pelo sistema prisional, segundo a ficha criminal obtida com exclusividade pelo UOL.
O documento também aponta que ele foi alocado na chamada "seguro cela um", de segurança máxima, em uma das poucas prisões paulistas que não sofre de superlotação.
O local abriga membros de relevância do PCC. Até fevereiro deste ano, estava lá Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como principal chefe do grupo. Naquele mês, ele e outros 21 integrantes da cúpula e do segundo escalão da facção foram transferidos para presídios federais em Brasília, Porto Velho (RO) e Mossoró (RN).
Agora, a ideia do governo paulista é que André fique pouco tempo em Presidente Venceslau. O governador João Doria (PSDB) quer que ele seja incluído no sistema penitenciário federal, o que depende de uma série de trâmites jurídicos.
Ficha corrida
Preso no último domingo (15), André tinha vigente uma condenação de 14 anos a cumprir quando foi capturado.
Ele já respondeu por associação criminosa, tráfico de drogas e tráfico internacional de drogas e já passou nessas ocasiões por prisões paulistas:
- 22 de janeiro de 1999 a 17 de agosto de 1999: Cadeia pública do Guarujá (solto por cumprimento de pena)
- 9 de novembro de 2003 a 13 de abril de 2006: CDP de São Vicente e Penitenciária de São Vicente (solto por absolvição processual)
- 7 de janeiro de 2008 a 29 de agosto de 2008: CDP de São Vicente (solto por revogação de prisão preventiva)
- 15 de setembro de 2019 em diante: CDP de Pinheiros e Penitenciária de Presidente Venceslau
Ao todo, André do Rap ficou por sete anos preso. Ele estava foragido desde 2014.
De acordo com a ficha corrida do acusado, ele tem ensino fundamental incompleto e é solteiro. Além de André do Rap, também é conhecido como Andrezinho e disse ter a profissão de músico, compositor e arranjador e regente.
Tráfico internacional
Segundo a Polícia Civil, André do Rap era o "número um" no país no gerenciamento do tráfico internacional de drogas.
Ele administrava os negócios do PCC no porto de Santos, cidade onde morava e negociava a exportação de drogas para a Europa, Ásia e África.
Entre os negócios, havia ligação com a máfia italiana 'Ndrangheta, apontada por órgãos internacionais de investigação como a mais perigosa no mundo atualmente.
Luxo
André do Rap foi preso em uma casa de luxo em Angra dos Reis (RJ). Segundo a Polícia Civil, era um imóvel alugado por R$ 20 mil mensais e utilizado como veraneio. Com ele, foram apreendidos uma lancha e um helicóptero. A polícia informou que ele vivia uma vida requintada.
Hoje, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento dele, em Santos.
Lá, foram apreendidos um Porsche e uma arma. Antes dele, quem administrava o comércio do PCC em Santos era Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, então número um da facção em liberdade. Ele foi assassinado junto a seu parceiro Fabiano Alves de Souza, o Paca, porque, segundo investigações, ambos estavam roubando dinheiro da própria facção.
André do Rap era aliado de Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, que foi assassinado a tiros de fuzil, como queima de arquivo, porque esteve envolvido nos homicídios de Gegê do Mangue e Paca. Atualmente, André do Rap era apontado como o homem de confiança de Gilberto Aparecido dos Santos, que está foragido e é visto como braço direito de Marcola.
Havia a suspeita, até então, de que André do Rap estivesse vivendo no Paraguai ou na Bolívia, assim como Fuminho, ou que tivesse sido assassinado por seu passado de parceria com Gegê do Mangue e Cabelo Duro. Suspeitava-se também que seu corpo poderia ter sido jogado ao mar, como queima de arquivo. Desde 2014, estava foragido por uma condenação pelo crime de tráfico internacional de drogas.
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