Vigilância Sanitária fecha fábrica que fornecia substância para Backer
Resumo da notícia
- Fiscais lacraram as máquinas da Imperquímica e interditaram a produção do monoetilenoglicol
- Substância é utilizada no sistema de produção das cervejas e pode ter se transformado em dietilenoglicol
- O dietilenoglicol é o provável causador da síndrome que já matou 4 pessoas em Minas
- Imperquímica diz que o fechamento se deve à falta de alvará para vender produtos fracionados e que não houve ma-fé
A Vigilância Sanitária de Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, decidiu hoje interromper as linhas de produção da Imperquímica, fábrica que fornece o monoetilenoglicol para a cervejaria Backer. A substância é utilizada no sistema de produção das cervejas da empresa e pode ter se transformado em dietilenoglicol, provável causador de uma síndrome que já matou quatro pessoas no estado mineiro desde o final do ano passado.
Fiscais da Vigilância Sanitária lacraram as máquinas da Imperquímica e interditaram a produção da substância, utilizada para a refrigeração na produção de cerveja.
A iniciativa de fechar a fábrica ocorre menos de 24 horas após uma operação de equipe da Polícia Civil de Minas Gerais ter recolhido amostras do monoetilenoglicol produzido na fábrica da Imperquímica.
Ontem, a Backer afirmou que possui um vídeo, que segundo a empresa, comprova a tese de que o composto comprado pela cervejaria foi adulterado — na última quarta, o governo federal afirmou trabalhar com três hipóteses: sabotagem, vazamento ou uso indevido da água. O vídeo foi incluído na ação na qual Backer obteve liminar que autorizou ontem a cervejaria engarrafar parte da cerveja já produzida, mas manteve a comercialização suspensa e a fábrica fechada.
A liminar foi concedida poucas horas após o Ministério da Agricultura ter atestado que outros oito rótulos de cerveja da marca estão contaminados: Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2. Todos os lotes de cerveja da marca, que foram analisados pelo Ministério, até o momento, estão contaminados.
Empresa aponta falta de alvará
Após a interdição das linhas de produção da companhia, o advogado da Imperquímica, Mário Sarveri, afirmou hoje, em entrevistas a rádios da capital mineira, que a iniciativa da Vigilância Sanitária ocorreu devido à falta de alvará da empresa para vender produtos fracionados.
"A empresa não tem alvará para fazer o fracionamento dos produtos. Não por má-fé, simplesmente a empresa não sabia da necessidade do documento", afirmou Sarveri.
"O que ela (a empresa) faz é trazer os produtos de São Paulo. Aqui ela faz o fracionamento. Às vezes, ela entrega o lote inteiro para grandes empresas como a Backer, mas também faz o fracionamento para empresas menores", disse.
Segundo o advogado, a Imperquímica nunca adquiriu a substância dietilenoglicol e a empresa só fornece o monoetilenoglicol à Backer.
A Vigilância Sanitária de Contagem não comentou o motivo da interdição, ocorrida cerca de 24 horas após operação da Polícia Civil na empresa para recolher amostras das substâncias utilizadas.
A Partners Comunicação Pro Business, empresa responsável pela assessoria de imprensa da Backer, em Belo Horizonte, informou que "até o momento, a empresa não tem posição" sobre a intervenção na sua fornecedora.
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