'Não à facção': Com cartazes, MJ quer convencer preso a não integrar bandos
Resumo da notícia
- Campanha irá pintar frases contra facções criminosas em presídios do Brasil
- Ação do Ministério da Justiça e Segurança Pública começará na semana que vem
- Além de presídios federais, campanha deve chegar a unidades geridas pelos estados
- Para especialista, ministério demonstra falta de conhecimento sobre dinâmica do crime
Na semana que vem, em meio ao Carnaval, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Sergio Moro, começará a distribuir cartazes e pintar presídios com a frase "Diga não à facção".
A iniciativa, segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), tem o objetivo de "destacar que, pela Lei Anticrime, o preso que mantém vínculo com organização criminosa durante o cumprimento da pena não obtém benefícios como progressão de regime ou livramento condicional".
A medida virou alvo de chacota nas redes sociais e é criticada pelo professor de gestão pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Rafael Alcadipani.
Presídios federais e estaduais
De acordo com a pasta de Moro, a campanha ocorrerá não só nos presídios federais, cujo administração é da União, como também em presídios estaduais.
Mas a pasta não informou se houve acordo com todos os estados para a aplicação da campanha, nem quem custearia as pinturas.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a pasta de Sergio Moro anunciou hoje uma força-tarefa para ajudar a PF (Polícia Federal) em São Paulo no combate ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
"Ideia pueril", diz pesquisador
Para Rafael Alcadipani, professor de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a campanha é uma ideia que soa "no mínimo, pueril. "Um gasto de dinheiro público desnecessário", afirmou.
"Como o estado não garante o direito dessas pessoas dentro da prisão, ele não tem a opção de pertencer ou não pertencer a uma facção. Eles são coagidos a pertencer a uma facção criminosa", explicou o especialista em segurança pública.
Ainda de acordo com o professor, o ministério "demonstra uma completa falta de conhecimento das dinâmicas do sistema prisional e é bastante preocupante a gente ver uma ideia desse grau pelo Ministério da Justiça".
Piada das redes sociais
Na web, a iniciativa gerou reações de deboche por parte de cidadãos que acusaram a medida de "simplista".
Ou ironizaram o tom infantil da proposta:
Ouça também o podcast Ficha Criminal, com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil. Este e outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.
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