Niterói: guardas medem temperatura e conduzem quem tem febre a hospital
No primeiro dia de bloqueio total em Niterói (conhecido no jargão técnico como lockdown), guardas municipais medem a temperatura da população e encaminham quem está com febre a unidades de saúde da região. No começo da manhã, três pessoas já haviam sido conduzidas ao Hospital Carlos Tortelly após serem abordadas na entrada da cidade, que fica na região metropolitana do Rio.
Na praia de Icaraí, um homem foi autuado após se recusar a cumprir a determinação e terá de pagar multa de R$ 180, de acordo com o decreto municipal. Havia engarrafamento na entrada da cidade, entre a ponte Rio-Niterói e a alameda São Boaventura. A reportagem levou cerca de 30 minutos para rodar apenas 3 km. Quando o tráfego ficava muito engarrafado no local, os agentes liberavam alguns veículos.
Cerca de 200 guardas municipais estavam espalhados pela cidade para abordar a população. Na entrada de Niterói, uma equipe de oito agentes dava orientações, verificava a documentação de quem circulava e ainda fazia a medição da temperatura dos ocupantes dos carros —o termômetro digital era colocado na testa das pessoas. Um drone acompanhava a ação.
"Hoje, a ação tem um caráter mais educativo. A ideia é orientar as pessoas. A circulação está liberada para pessoas que estão a caminho do trabalho", explicou o guarda Rodrigo Celestino Freire, que coordenava a ação na entrada de Niterói.
Os guardas, em ação desde as 5h, estavam equipados com máscara de proteção, luva e álcool em gel.
Na cidade vizinha São Gonçalo, a adoção do bloqueio total também teve início hoje. A medida está prevista para durar entre os dias 11 e 15 deste mês. Segundo as normas estabelecidas pela prefeitura, está proibida a circulação e permanências em todos as vias e logradouros públicos da cidade. Também foi determinado o fechamento de todos os estabelecimentos comerciais de atividades não essenciais.
Moradores observam queda na movimentação
A reportagem também circulou por Icaraí, bairro nobre de Niterói. Lá, a movimentação caiu, segundo moradores.
Havia apenas uma pequena fila em frente a uma lotérica. A banca de revistas funcionava a meia porta. Na lateral, a venda de máscaras por R$ 5 era anunciada em um papel.
"No começo da pandemia, as ruas estavam vazias. Mas logo o isolamento afrouxou. Com essa medida, já deu pra perceber uma redução grande no movimento", disse Vitor Maurício, dono de um hortifruti.
"Antes, tinha gente até indo para a praia. Agora, as ruas estão vazias", compara a professora Maria Célia de Oliveira, 58, que só saiu de casa para levar o cão para passear.
A aposentada Emília Alves, 64, disse que já está sem sair de casa desde o começo da pandemia. "Sou do grupo de risco. Quando preciso fazer compras, peço para algum vizinho", diz.
Um carro de som escoltado por veículos da prefeitura circulava pelo bairro, reforçando as medidas de prevenção: "Atenção, Niterói. Estamos em guerra contra o coronavírus. Cumpram as determinações e orientações das autoridades de saúde. Lavem sempre bem as mãos e fiquem em casa. Só assim vamos salvar vidas".
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