Genro do contraventor Castor de Andrade é morto em heliporto do Rio
Fernando Iggnácio Miranda, genro do contraventor Castor de Andrade e em meio a uma disputa pelo controle do jogo do bicho há mais de 20 anos, foi assassinado hoje à tarde em uma emboscada no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio.
O UOL teve acesso a fotos da cena do crime, que mostram a vítima caída ao lado de um Mini Cooper vermelho após ter sido atingida por tiros de fuzil na cabeça. Os atiradores abriram fogo de cima do muro em direção ao estacionamento e usaram um terreno baldio com cerca de 15 mil m² como rota de fuga, segundo fontes ligadas à Polícia Civil.
Segundo a polícia, ele tinha acabado de desembarcar de um helicóptero vindo de Angra dos Reis quando foi surpreendido pelos atiradores, que portavam fuzis. Após o crime, a mulher que o acompanhava retornou para o helicóptero e voltou para a cidade da costa verde fluminense.
Policiais militares do 31º BPM (Recreio) estão no local e isolaram a área, à espera da chegada de peritos.
Mais de 50 mortes por território do jogo do bicho
Fernando Iggnácio Miranda mantinha uma sangrenta disputa pelo controle do jogo do bicho e de máquinas de caça-níqueis na zona oeste do Rio há mais de 20 anos com Rogério Andrade, sobrinho de Castor. A disputa teve início após a morte do contraventor em 1997. Segundo investigações da Polícia Federal, mais de 50 assassinatos até 2007 são atribuídos à guerra da contravenção.
Em 1998, o assassinato de Paulo Andrade, o Paulinho, escolhido como herdeiro do jogo do bicho, fez com que Fernando Iggnácio, seu cunhado, assumisse o lugar dele na disputa. Meses depois, a polícia identificou como autor dos disparos o ex-PM Jadir Simeone Duarte. Em depoimento, Duarte acusou Rogério de ser o mandante do crime.
O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001. Em abril daquele ano, o filho de Rogério de Andrade, com 17 anos na época, morreu em um atentado a bomba na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, quando o carro que dirigia explodiu.
Em 2007, Fernando Iggnácio foi preso pela Polícia Civil do Rio. Meses depois, Rogério Andrade foi pego pela Polícia Federal. Naquele mesmo ano, Rogério Andrade e Fernando Iggnácio foram alvo da operação Gladiador, da Polícia Federal, que investigou o esquema da dupla e a corrupção de policiais no Rio.
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