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'Gatinha da Cracolândia' é condenada a 5 anos de prisão por tráfico

Lorraine Bauer Romeiro, a "gatinha da Cracolândia", foi flagrada em imagens vendendo drogas com o companheiro André Luiz de Almeida na feira livre do tráfico no centro de São Paulo - Reprodução
Lorraine Bauer Romeiro, a "gatinha da Cracolândia", foi flagrada em imagens vendendo drogas com o companheiro André Luiz de Almeida na feira livre do tráfico no centro de São Paulo Imagem: Reprodução

Juliana Arreguy

Do UOL, em São Paulo

11/04/2022 20h04

A influenciadora Lorraine Bauer Romeiro, 19 anos, foi condenada hoje (11) a cinco anos de prisão em regime fechado por tráfico de drogas. A jovem, que ficou conhecida como "Gatinha da Cracolândia", deve recorrer da decisão, informou ao UOL a sua advogada Patrícia Carvalho.

A decisão foi determinada pelo juiz Fernando Augusto Andrade Conceição, da 14ª Vara Criminal da Justiça de São Paulo, que também decretou o pagamento de uma multa de R$ 50.000.

Em junho de 2021, Lorraine foi presa em flagrante na Praça Princesa Isabel, na região central de São Paulo, em área conhecida como Cracolândia pela concentração de usuários de drogas e pontos de compra e venda. A prisão foi convertida para o regime domiciliar pouco depois porque, à ocasião, Lorraine tinha uma filha de apenas nove meses.

A decisão publicada nesta segunda-feira, que se refere a esta prisão na praça, mantém o regime domiciliar até o trânsito em julgado — ou seja, quando não for mais possível recorrer.

De acordo com os autos, a polícia afirma ter encontrado 10 porções de cocaína, 10 de crack e seis de maconha escondidas em roupas íntimas de Lorraine. Ela negou as acusações.

"No caso concreto, a droga estava sendo trazida pela acusada em logradouro público, local conhecido pela venda de drogas, instante em que foi abordada por policiais militares, o que configura tráfico e não uso de drogas; ademais, ela foi localizada com 26 porções de entorpecentes em local conhecido pela traficância", diz Conceição.

O magistrado afirma que as circunstâncias da abordagem indicam que as drogas encontradas com a jovem não configuravam como de consumo próprio, mas sim de tráfico ilícito.

"Certo é que, a só quantidade de droga, ainda que razoável, não define, por si só, a condição de traficante. Mas no presente caso, verifica-se que a ré foi flagrada trazendo com ela cocaína e maconha, na Cracolândia, "mercado" de entorpecentes muito conhecido na cidade de São Paulo."

Segundo policiais militares, Lorraine transitava livremente na Cracolândia, com o caminho aberto por alguns usuários, e estava bem vestida, indicando uma posição de destaque no local.

Presa por outro processo

Apesar de ter direito à prisão domiciliar, a defesa de Lorraine afirma que ela está presa no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha por causa de outro processo; neste, ela e o namorado André Luís Santos Almeida, conhecido como "China", foram presos na casa onde viviam em Barueri, na Grande São Paulo, em 22 de julho de 2021.

No local foram encontradas mais de 400 porções de crack, cocaína, maconha e ecstasy, além de quase 100 frascos de lança-perfume. A polícia afirmou que Lorraine, então, admitiu envolvimento com o tráfico e indicou um prédio na rua Helvétia, no centro de São Paulo, onde armazenava as drogas. Ali foram apreendidos:

  • 85 porções de maconha
  • 295 porções de cocaína
  • 8 porções de crack
  • 97 frascos de lança-perfume
  • 16 comprimidos de ecstasy
  • R$ 750 em dinheiro
  • uma balança de precisão
  • uma faca
  • um machado
  • um celular

Em novembro passado, Lorraine confessou envolvimento com a venda de drogas em audiência virtual da 13ª Vara Criminal do Fórum de Barra Funda, zona oeste de São Paulo. O UOL teve acesso ao depoimento, no qual ela contou ter sido ameaçada e morte e também disse que a polícia forjou um flagrante com drogas que não pertenciam a ela.

Em entrevista à TV Record, ela afirmou que era usuária de drogas desde os 14, 15 anos. Investigações da Polícia Civil apontam que Lorraine levava uma vida de luxo por causa do tráfico e que a venda de drogas na Cracolândia rendia até R$ 6 mil por dia.