Caso Bruno e Dom: 'É possível haver um mandante', diz superintendente da PF
O superintendente da PF (Polícia Federal) no Amazonas, Eduardo Fontes, não descartou a possibilidade de haver um mandante no crime que matou o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips.
À TV Globo, Fontes diz que essa possibilidade será investigada. "É possível ter um mandante. A investigação ainda está em andamento, mas a gente está apurando tudo e nós não vamos deixar nenhuma linha investigativa de lado e vamos apurar de forma técnica e segura para dizer o que efetivamente aconteceu e o que não aconteceu".
Na última sexta-feira (17), a PF informou que, naquele momento, investigações apontavam que não houve participação de organização criminosa ou de um possível mandante por trás da morte do indigenista Bruno Araújo e do jornalista britânico Dom Phillips.
Suspeitos
Segundo o delegado Roberto Monteiro, da Seccional Centro, Gabriel Pereira Dantas "relata com muita riqueza de detalhes" sua suposta participação no crime e a viagem até São Paulo. De acordo com o delegado, Dantas afirmou que é de Manaus e estava em Atalaia do Norte (AM).
Até o momento, a investigação da PF chegou a três suspeitos, sendo que apenas um deles, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou a autoria no duplo homicídio.
Segundo a polícia, ele havia admitido ter jogado os corpos em uma parte da mata do Vale do Javari, esquartejado e ateado fogo. No entanto, nesta semana, voltou atrás e afirmou não ter participado do homicídio. De acordo com o depoimento do pescador, o responsável pelas mortes do indigenista e do jornalista, ocorridas no início do mês, é Jeferson da Silva Lima, também conhecido como Pelado da Dinha.
Os dois, juntamente a Oseney da Costa de Oliveira, irmão de Amarildo e conhecido como Dos Santos, estão detidos pela PF. Oseney nega envolvimento no crime. Ao todo, a corporação considera oito pessoas suspeitas.
Quem eram Dom e Bruno?
Dom era correspondente do jornal The Guardian. Britânico, ele veio para o Brasil em 2007 e viajava frequentemente para a Amazônia para relatar a crise ambiental e suas consequências para as comunidades indígenas e suas terras.
O jornalista conheceu Bruno em 2018, durante uma reportagem para o Guardian. A dupla fazia parte de uma expedição de 17 dias pela Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores concentrações de indígenas isolados do mundo. O interesse em comum aproximou a dupla.
Bruno, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), era conhecido como um defensor dos povos indígenas e atuante na fiscalização de invasores, como garimpeiros, pescadores e madeireiros. Em entrevista ao UOL, o líder indígena Manoel Chorimpa afirmou que o indigenista estava preocupado com as ameaças de morte que vinha sofrendo.
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