Conteúdo publicado há 9 meses

Derrite provoca Sâmia e diz que necropsias desmentem tortura: 'narrativas'

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse hoje que as necropsias das pessoas que morreram durante a operação da PM na Baixada Santista seriam prova de que não houve tortura na ação.

O que aconteceu:

Derrite também afirmou que as denúncias de tortura não passam de "narrativas." "Todos os exames do Instituto Médico Legal, as necropsias não apontam nenhum sinal de violência, muito menos de tortura. É um documento oficial", explicou.

O secretário foi questionado durante a participação na CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) sobre a atuação das forças policiais no Guarujá e em Santos, que resultou em pelo menos 14 mortos durante a Operação Escudo.

Sâmia afirmou que não há justificativa para a chacina. "Não há uma prova de que essas pessoas assassinadas tenham a ver com o assassinato do policial [da Rota]", disse. "Há relatos, inclusive, de requintes de crueldade. Uma das pessoas assassinadas tinha uma criança no colo", prosseguiu.

Em resposta, Derrite falou que sabia que o assunto viria à tona e provocou a parlamentar com uma crítica. "Eu achei que a senhora, como mulher, iria defender a policial que tomou tiros de fuzil pelas costas do crime organizado. Eu achei que a senhora fosse defender", declarou.

O que existe pela primeira vez no estado de São Paulo é um governador que tem coragem de enfrentar o crime organizado.
Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo.

Denúncias sobre a ação

Moradores passaram a denunciar casos de abuso de autoridade e assassinatos em operações no Guarujá. "Estamos abrindo as portas para eles, mas estão vindo para nos matar", disse uma moradora da Vila Baiana.

Há relatos de que o ambulante Felipe Vieira Nunes foi torturado e assassinado na sexta-feira (28). A SSP (Secretaria de Segurança Pública) diz que as mortes em decorrência de ações policiais serão "rigorosamente investigadas."

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Uma comitiva formada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB, Ouvidoria das Polícias e Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) acompanha o caso no Guarujá.

Vingança sob investigação

O soldado da Rota Patrick Bastos Reis foi atacado durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda, no Guarujá, na noite de quinta-feira (27), e morreu. Um cabo que o acompanhava também foi atingido e levado a uma UPA, sem gravidade.

Erickson David da Silva, conhecido como Deivinho, apontado como o autor do disparo, se entregou à polícia na zona sul de São Paulo.

Outros cinco suspeitos de envolvimento no crime já haviam sido detidos em flagrante e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Quatro deles vão responder por tráfico de drogas.

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Após a morte do soldado, a polícia deflagrou a operação no Guarujá, que resultou em 12 mortes, segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Em Santos, outras duas mortes foram registradas depois que uma viatura foi atingida por tiros.

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