Estilo cruel e perigosos: os nomes para entender a guerra da milícia do Rio
A maior milícia do Rio, que atua na zona oeste da capital fluminense, está em uma guerra interna desde junho de 2021. No começo do ano, segundo a Polícia Civil, o grupo fez um acordo com o Comando Vermelho, o que levou o tráfico a se expandir para esta região da cidade.
A maior milícia do Rio, que era forte, hoje está fragmentada. O Comando Vermelho sempre teve um distanciamento em relação aos grupos paramilitares, mas isso mudou. O que vemos é um avanço do tráfico em regiões que eram dominadas por milicianos e um pacto de paz entre essas duas organizações.
André Neves, delegado da Draco, da Polícia Civil
Saiba quem fez e faz parte da milícia:
Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho
É apontado pela polícia como o líder da maior milícia do Rio.
Antes, era considerado pelas investigações o responsável por gerenciar as finanças do grupo. Ele assumiu o comando depois da morte do irmão, Ecko.
Zinho tem vários mandados de prisão em aberto. Ele é procurado por organização criminosa, porte ilegal de arma e associação criminosa.
O grupo tem influência em 812 das 833 áreas listadas pela Polícia Civil com a presença de milícias.
A advogada de Zinho, Leonella Vieira, negou as acusações contra ele. De acordo com Vieira, as acusações são fruto de "deduções" do Ministério Público, oriundas do parentesco entre Zinho e o ex-chefe da milícia, Ecko.
Wellington da Silva Braga, o Ecko
Irmão de Zinho, morreu em uma operação policial em junho de 2021. Ele foi baleado durante uma operação da polícia para prendê-lo, realizada na comunidade de Três Pontes, no bairro de Paciência.
Ecko havia assumido a liderança da organização no lugar do irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes. Carlinhos morreu em 2017, em outra operação da polícia. A partir daí, Ecko expandiu os negócios do irmão.
Ecko costumava usar uma farda de policial militar,apesar de nunca ter feito parte da corporação
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Quero receberO Ecko tinha a tropa na mão. Com a morte dele, o Zinho assumiu o grupo, mas foi perdendo espaço e decidiu firmar essa aliança com o Comando Vermelho, que está ocupando territórios na zona oeste do Rio que até então eram só da milícia.
André Neves, delegado da Draco
Danilo Dias Lima, o Tandera
Tandera está entre os criminosos mais procurados do Rio junto com Zinho e Abelha (uma das lideranças do Comando Vermelho).
Ele foi parceiro de Ecko e Zinho em várias ações criminosas, mas rompeu com o grupo, segundo a Polícia Civil. Tandera controla regiões em cidades da Baixada Fluminense.
O miliciano é conhecido pelo estilo cruel e pelo uso de armas potentes e bombas. Há relatos de que vítimas do criminoso foram decapitadas e mutiladas.
Tandera é investigado desde 2016 por organização criminosa, homicídios e lavagem de dinheiro. Ele já foi preso duas vezes, mas fugiu em uma delas.
Matheus Rezende, o Faustão
Sobrinho de Zinho, era homem de confiança do miliciano. Ele praticava crimes de extorsão, receptação, corrupção ativa e homicídios.
Faustão foi morto em uma ação da Polícia Civil. Como resposta, 35 ônibus foram incendiados no Rio. O ataque teria sido ordenado por Zinho —a defesa nega.
Planos de sucessão. O governador do Rio, Claudio Castro (PL), afirmou que há informações de que Faustão estava sendo preparado para suceder Zinho
Rui Gonçalves Estevão, o Pipito
É o novo número dois da milícia, após a morte de Faustão, segundo a Polícia Civil
Suspeita de ataques. Rui Gonçalves Estevão, o Pipito, é suspeito de ter coordenado os ataques aos 35 ônibus na zona oeste do Rio.
Rodrigo Santos, o Latrell
Se desvinculou do grupo liderado por Zinho após ser preso, em 2022. Antes, era considerado o braço direito do chefe da milícia.
Em junho de 2023, foi transferido para um presídio federal. Ele é considerado um dos criminosos mais perigosos do Rio.
Alan Ribeiro Soares, o Nanan
Nanan também era uma das lideranças do chamado "Bonde do Zinho". Depois, porém, ele rompeu com o grupo e passou a ser um de seus principais rivais.
O rompimento aconteceu por causa da morte de um dos homens de confiança de Nanan. O assassinato aconteceu em Santa Cruz, na zona oeste da capital carioca.
No início de novembro, Nanan foi encontrado morto. O corpo tinha marcas de tiros.
Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho
Ex-vereador e ex-policial civil, foi morto em 2022.
Ele é apontado como fundador da milícia, que era conhecida como "Liga da Justiça". Jerominho passou dez anos na prisão cumprindo pena por formação de quadrilha. Nesse período, perdeu o controle da organização criminosa.
Segundo o Ministério Público, Jerominho foi morto porque orquestrava um plano para retomar o controle da milícia. Zinho, Latrell, Faustão e outras três pessoas foram denunciadas pelo assassinato.
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