Conteúdo publicado há 2 meses

Adolescente escalpelada em kart no DF ganha lace: 'Novo capítulo'

A adolescente Heloisa Rocha, de 17 anos, escalpelada durante uma corrida de kart no DF, ganhou e colocou uma "lace" de fios parecidos com o seu cabelo.

O que aconteceu

Quase 20 dias após receber alta do hospital, a menina apareceu com fios longos novamente. Heloisa perdeu 80% do couro cabeludo e ficou quase 60 dias internada no hospital, onde passou por oito procedimentos cirúrgicos para recuperar o tecido na região do crânio, além de enxertos.

Heloísa disse estar "muito feliz". A jovem disse que a "lace", doada por um estúdio especializado no assunto, vai ajudá-la na recuperação.

"Eu tinha comprado uma peruca, mas é totalmente diferente, eu não me sentia bem, nem confortável. Com a lace vai ser tudo diferente. Pela naturalidade dela, eu acho que vou me sentir bem mais confortável para fazer tudo. Andar, sair, tirar foto, fazer tudo", contou a menina.

Alternativa temporária. A lace é uma opção que poderá ser usada por Heloísa para algumas atividades, mas ainda não é a solução definitiva.

A jovem ainda sonha em colocar uma prótese capilar. Para isso, porém, é preciso terminar o tratamento e recuperação da área afetada. "A prótese vai ser uma coisa fixa, que tira só a cada 30 dias, fica colada", explicou a mãe dela, Elizabeth Heliodoro.

E agora é um novo capítulo, uma vida nova, graças a Deus.
Heloisa Rocha

Recuperação e tratamento

Cabelo natural não volta. O impacto da notícia trazida pelos médicos a deixou em choque.

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"Tento entender o propósito e o motivo disso estar acontecendo. De cara, fiquei em choque. Fiquei muito mal! Não quis demonstrar isso para as pessoas que estavam comigo para não preocupar ninguém. Mas, sinto falta do meu cabelo", disse.

Tratamento alternativo. Heloísa é submetida a um tratamento alternativo de quatro etapas, conhecido como matriz de fibrina, que atua no processo de regeneração da área afetada. Primeiro, é coletado sangue venoso do paciente.

"Depois, o sangue é levado para uma centrífuga, onde são separadas as células do sangue. Na parte superior do tubo, fica o material mais adequado para processos de regeneração. O material é levado para uma cerâmica, onde vira uma membrana grande. Essa membrana é colocada na ferida e funciona como um enxerto temporário. O paciente pode ficar com esse material, em média, por sete dias. Nesse tempo, acontece a regeneração dos tecidos no local aplicado", explicou Priscilla Sckarlat de Souza, enfermeira pós-graduada em dermatologia, que acompanha o tratamento.

Relembre o caso

Heloisa, de 17 anos, teve 80% do couro cabeludo arrancado após o cabelo prender no motor do carro de corrida. Segundo a mãe dela, a jovem não teve orientação sobre a necessidade de manter os fios presos.

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A adolescente comemorava o aniversário do namorado no local, com família dele. O acidente aconteceu em uma pista de corrida na região do Paranoá, no DF, no dia 10 de dezembro.

Elizabeth disse que foram as pessoas que presenciaram o acidente que acionaram o resgate. A mãe afirmou que o estabelecimento não prestou qualquer apoio à menina, e que no local não havia brigadistas ou socorristas.

Ao UOL o kartódromo negou negligência e disse que forneceu "todo equipamento de segurança". "Foi feito briefing, com instruções do uso do kart e regras da pista para corrida. Infelizmente, na última volta o cabelo dela saiu de alguma forma da camisa balaclava e enrolou no eixo do kart, arrancando parte do couro cabeludo", diz a nota.

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