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Caso Marielle: Delegado preso pela PF assumiu chefia um dia antes do crime

Preso por suspeita de envolvimento com a morte da vereadora Marielle Franco, o delegado Rivaldo Barbosa foi nomeado como chefe da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro pouco antes do crime, pelo general Walter Braga Netto, que estava a frente da intevenção federal na cidade. Citado na delação de Ronnie Lessa, ele já foi alvo de suspeitas de recebimento de propina para obstruir o caso.

Quem era Rivaldo

Rivaldo Barbosa tornou-se chefe da polícia um dia antes da morte de Marielle. Ele foi anunciado para o cargo em 22 de fevereiro, durante intervenção federal no Rio, e empossado em 13 de março de 2018.

Suspeito de receber propina para obstruir investigações. Em relatório enviado ao Ministério Público em 2019, a Polícia Federal apontou Rivaldo como suspeito de receber R$ 400 mil para evitar o avanço das investigações sobre autoria. Na ocasião, ele negou o recebimento de propina e a obstrução do caso.

Os advogados do general Braga Netto negaram que a escolha do chefe de Polícia Civil passou pelo cliente. Marcus Vinicius Figueiredo e Luis Henrique Prata afirmaram, por meio de nota, que a nomeação cabia a Secretaria de Segurança Pública.

Marielle confiava em Rivaldo, afirmou mãe. A vereadora já tinha ajudado o delegado a acessar a Maré em ocasiões, segundo Marinete da Silva. "Ele falou que era uma questão de honra para ele elucidar esse caso", disse, em entrevista à GloboNews.

Em delação, Ronnie Lessa afirmou à polícia que Rivaldo sabia do crime e "garantiu que o assassinato ficaria impune". A informação é da GloboNews.

Denúncia por crimes contra lei de licitações. Também em 2019, Rivaldo Barbosa e Carlos Leba, que também foi chefe da Polícia Civil, foram denunciados por suspeita de contratar serviços de informática de forma indevida, custando mais de R$ 19 milhões aos cofres do estado em um ano. A denúncia foi rejeitada pela Justiça.

Delegado falou em 'combater a corrupção' durante discurso de posse. Ele afirmou que o combate a crimes do tipo seria sua prioridade, assim como o investimento no fortalecimento da inteligência do Estado. Ele deixou o cargo após menos de um ano.

Qualificação. Rivaldo concluiu o curso de direito em 1998. Segundo informações publicadas por ele nas redes sociais. Além de trabalhar na Polícia Civil do Rio de Janeiro, ele se apresentava como professor de direito em curso de uma universidade particular.

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Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime. Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro.
Marcelo Freixo, presidente da Embratur, em publicação nas redes sociais

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