Porsche estava a mais de 150 km/h em acidente que matou homem em SP, diz MP
O laudo encaminhado à Polícia Civil indica que o Porsche conduzido por Fernando Sastre de Andrade Filho em um acidente que matou um homem na madrugada de 31 de março em São Paulo estava em uma velocidade acima de 150 km/h.
O que aconteceu
Informação foi confirmada pelo MP. "A perícia da velocidade média do Porsche indicou que o veículo estava a mais de 150 km/h instantes antes do acidente", ao se referir à colisão que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, que conduzia um Sandero.
Velocidade máxima permitida na via onde ocorreu a colisão é de 50 km/h. O acidente ocorreu na avenida Salim Farah Maluf, na zona leste da capital paulista.
Outro lado: procurada pelo UOL, a advogada Carine Acardo Garcia, que representa Fernando Sastre, disse que não iria se posicionar sobre o resultado do laudo.
Motorista disse, em depoimento no começo do mês, que estava em velocidade "um pouco acima do permitido". A informação foi contestada por testemunhas, que indicavam que ele estava em alta velocidade.
Ele também negou ter ingerido bebidas alcoólicas. Mas testemunhas relataram que ele apresentava sinais de embriaguez após o acidente. Imagens de câmeras de um restaurante, obtidas pela TV Globo, captaram uma garçonete retirando bebidas alcoólicas da mesa onde estavam Fernando e amigos antes do acidente.
Imagens de câmeras corporais de PMs que atenderam a ocorrência foram entregues após 22 dias. O conteúdo já havia sido solicitado durante as investigações, gerando críticas do delegado Nelson Alves. Na última sexta-feira, ele foi afastado das investigações e transferido para outra delegacia. A Polícia Civil negou relação entre as críticas e o afastamento. "Mudança normal", disse a pasta.
Drones em reconstituição e câmeras de PMs
Peritos vão usar drones na reconstituição do crime para fazer imagens aéreas. O conteúdo será produzido com o auxílio de scanner 3D, conforme solicitação confirmada pelo MP. "Para elucidar o acidente com detalhes", diz a Promotoria em nota. O escaneamento ocorrerá na próxima quinta-feira (25).
Justiça negou pedidos de prisão. "A prisão cautelar não se presta à antecipação de pena. Sua natureza é excepcional, e somente deve ser aplicada para a proteção da integridade da instrução criminal", escreveu o juiz Roberto Zanichelli Cintra. O magistrado determinou que Fernando deverá manter distância mínima de 500 metros de Marcus Vinícius, sobrevivente que estava no carona do veículo conduzido por ele.
Justiça já havia negado pedido de prisão temporária logo após o acidente. A juíza plantonista Fernanda Helena Benevides Dias reconheceu a "gravidade dos fatos" e disse ser possível verificar a alta velocidade com que o condutor dirigia, mas escreveu que a polícia não justificou os requisitos legais necessários para que a medida fosse decretada.
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