TV exibe copos vazios de bebidas alcoólicas na mesa de motorista de Porsche
Câmeras de um restaurante captaram o momento em que uma garçonete retira os copos vazios de bebidas alcoólicas da mesa de Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor do Porsche que colidiu contra um Sandero e matou um motorista de aplicativo na capital paulista. As imagens foram divulgadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, nesta sexta-feira (12).
O que aconteceu
Os registros mostram a garçonete levando os copos vazios até um balcão. Segundo a polícia, as imagens são dos copos de bebidas alcoólicas consumidas na mesa do condutor do Porsche, disse a reportagem. Fernando, a namorada e um casal de amigos estavam no local e depois foram até uma casa de pôquer. A colisão ocorreu após o empresário deixar o último estabelecimento.
A emissora também obteve uma imagem que mostra Fernando em um ambiente do restaurante. Ele parece carregar algo nas mãos, porém, não é possível determinar qual seria o objeto.
Conta de restaurante mostra o consumo de bebidas alcoólicas. Na mesa de Fernando e dos amigos, foram consumidos garrafas d'água, comidas, uma caipirinha de vodca e oito drinques chamados jack pork — que é uma mistura de uísque, licor, bitter e xarope de limão. Eles ficaram três horas no local.
Entenda o caso
Colisão aconteceu na madrugada de 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf. Testemunhas contaram à polícia que Fernando fez uma ultrapassagem em alta velocidade — o limite de velocidade na via é de 50 km/h — perdeu o controle e colidiu com traseira de um Sandero.
Fernando Sastre foi liberado da delegacia no dia 1º após prestar depoimento. Ele se apresentou à polícia 38 horas após ter deixado o local do acidente. "Ele falou só o básico para não se culpar", afirmou o delegado Nelson Vinicius Alves, acrescentando que Fernando estava frio e tranquilo durante o depoimento.
O condutor do Porsche foi indiciado por homicídio doloso - quando há intenção ou se assume o risco de matar. Ele também deve responder por fuga do local do acidente e lesão corporal, em razão dos ferimentos sofridos pelo passageiro que estava com ele. Inicialmente, o caso havia sido registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
A Justiça de São Paulo negou dois pedidos de prisão temporária de Fernando, feitos pela Polícia Civil. Na última decisão, proferida na segunda-feira (8), o magistrado argumentou que prisão foi negada em razão da ausência dos requisitos e fundamentos autorizadores "da custódia cautelar".
Divergências em depoimentos. Giovanna Pinheiro Silva, namorada de Fernando, prestou depoimento na terça-feira (9) e negou que ele tenha ingerido bebida alcoólica antes do acidente, segundo a Folha de S.Paulo. Porém, Marcus Vinicius Rocha, o amigo de Fernando que sobreviveu ao acidente, afirmou que o colega bebeu antes do acidente. Já a namorada de Marcus, Juliana Simões, também relatou às autoridades que o condutor foi aconselhado a não dirigir por estar "um pouco alterado".
Defesa de Fernando diz ser "prematuro" julgar as causas do acidente. Em nota, os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum defendem que suposições não devem ser realizadas, já que os laudos periciais não foram concluídos, e afirmam que o homem não fugiu do local do acidente.
Deixe seu comentário