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Governo dá 48 h para Voepass detalhar atendimento às famílias das vítimas

A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) notificou a Voepass e deu prazo de 48 horas para que a companhia aérea preste esclarecimentos sobre o atendimento às famílias das vítimas do voo 2283, que caiu em Vinhedo na última sexta-feira (9).

O que aconteceu

Voepass deve detalhar ajuda oferecida e canais de atendimento disponíveis. A iniciativa foi motivada por "relatos de insuficiência nos meios de comunicação oferecidos pela companhia", segundo a Senacon. A Voepass ainda precisa fornecer informações sobre o atendimento ao público em geral, os procedimentos de cancelamento e reembolso, e os detalhes técnicos sobre as aeronaves.

A empresa disse que realiza reuniões diárias exclusivamente com os familiares. "Neste momento, o foco é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente de consolo e apoio emocional", informou a Voepass em nota.

Ministério da Justiça também pede ampliação da assistência às famílias. A pasta reforçou que pode tomar medidas adicionais "caso as exigências não sejam cumpridas".

Resposta deve ser enviada por meio físico ou eletrônico em até 48 horas. A Senacon "continuará acompanhando de perto o caso para garantir que os direitos dos consumidores sejam respeitados e que os familiares das vítimas recebam o suporte necessário durante este momento difícil", informou.

Nosso compromisso é garantir que os direitos dos consumidores, especialmente em momentos de crise como este, sejam respeitados integralmente. A Voepass precisa oferecer um atendimento digno e eficiente aos familiares das vítimas, e não vamos tolerar qualquer descaso ou falta de transparência neste processo.
Wadih Damous, secretário nacional do Consumidor

Corpos identificados

IML de São Paulo identificou 17 corpos de vítimas do acidente. Oito já foram liberados aos familiares, enquanto os outros nove estão em processo de documentação.

Famílias estão ajudando no reconhecimento das vítimas. As equipes do governo de São Paulo acolheram, ao todo, 51 famílias no Instituto Oscar Freire, localizado próximo ao IML. Os parentes têm fornecido informações para ajudar no trabalho dos peritos, além de material biológico. As famílias que não quiserem se deslocar até a capital paulista podem se apresentar aos IML locais para o atendimento.

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Foram coletados DNAs de 28 famílias em SP e 17 em Cascavel (PR). Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropólogo e radiologia trabalham na identificação dos corpos. O IML foi direcionado para o atendimento exclusivo ao caso, tendo recebido todas as 62 vítimas do desastre.

Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o acidente. A apuração acontece em paralelo à conduzida pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da Força Aérea Brasileira. Mais cedo, a FAB anunciou ter concluído os trabalhos iniciais de investigação no local onde o avião caiu.

Relembre o acidente

Avião decolou às 11h50 e pousaria às 13h45, segundo o FlightAware. O modelo ATR-72 pertencia à Voepass Linhas Aéreas e tinha 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo. Todos morreram.

Aeronave despencou quase 4 mil metros em dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4 mil pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar.

Imprensa internacional repercutiu a queda do avião. Entre os jornais que reproduziram os vídeos do acidente estão o canal canadense CTV News, o jornal inglês The Mirror e o americano USA Today.

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