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Bruno Covas e Luiza Erundina pregam confiança após voto em SP

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

29/11/2020 13h11Atualizada em 29/11/2020 14h50

O candidato à reeleição à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e a candidata à vice-prefeita na chapa com Guilherme Boulos (PSOL) —que não votou por ter sido diagnosticado com covid-19— pregaram confiança no processo democrático e disseram acreditar na vitória, após terem votado pela manhã.

Pesquisa de intenção de voto realizada pelo Datafolha divulgada ontem (28), véspera da eleição, indicou Covas com 55% dos votos válidos à frente de Boulos, com 45%. O levantamento apontou que 13% dos eleitores poderiam mudar a intenção de voto. A votação é realizada nos colégios eleitorais até 17h.

Covas votou no Colégio Vera Cruz, zona oeste da capital, e afirmou à imprensa que, caso seja reeleito, ficara à frente da capital paulista até o fim do mandato.

Quero ser reeleito para entregar o cargo no dia 1º de janeiro de 2025."
Bruno Covas (PSDB)

O tucano disse, também, confiar na democracia e na Justiça Eleitoral, uma crítica direta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defendeu a volta do voto impresso. "O voto eletrônico elegeu FHC, Lula, Dilma, Bolsonaro. Não dá para colocar em dúvida um sistema que aprova e elege pessoas de partidos distintos. Há mais de 30 anos em funcionamento", afirmou.

Dois anos atrás, Covas afirmou ter anulado seu voto para presidente, que estava entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT). À época, o então candidato ao governo de São Paulo, João Doria (PSDB), emplacou o slogan "BolsoDoria" para colar sua imagem ao então candidato a presidente.

Mesmo assim, uma série de imagens dos últimos anos, algumas publicadas pelo próprio prefeito de São Paulo em suas redes sociais, em que Covas aparece ao lado de Bolsonaro, foram usadas por eleitores à esquerda para ligar o tucano ao presidente do Brasil. Em contrapartida, Covas tentou, desde o resultado do primeiro turno, emplacar a narrativa de que Boulos seria "radical".

Outro voto

Já a ex-prefeita Luiza Erundina, aos 85 anos, votou na Escola Rui Bloen, em Mirandópolis, zona sul, e afirmou, com bom humor, que Boulos, impedido de votar por causa da covid-19, pediu que ela votasse por ele.

'Vote por mim', ele me disse. Ele está feliz, alegre."
Luiza Erundina (PSOL), fazendo referência a Guilherme Boulos (PSOL)

Ela disse que, independentemente do resultado do pleito, a chapa já está vitoriosa. "Já me considero vitoriosa por esse processo, mas muito confiante com os resultados dos votos para gente voltar a governar essa cidade e colocar de novo o poder nas mãos do povo", afirmou.

Parte do grupo de risco, Erundina, 85 anos, teve a campanha marcada pelo uso de um veículo adaptado, usado para protegê-la do novo coronavírus.

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