Internado desde outubro, Maguito Vilela (MDB) é eleito prefeito de Goiânia
Intubado e na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em decorrência da covid-19, Maguito Vilela (MDB), 71, foi eleito hoje prefeito de Goiânia. Ele derrotou no segundo turno Vanderlan Cardoso (PSD).
Maguito foi eleito com 277.497 dos votos (52,60% dos votos válidos), contra 250.036 de Cardoso (47,40%).
Maguito está internado em São Paulo há um mês. Ele continua intubado e não pode ainda comemorar a vitória. "Ele está reagindo, está sendo muito bem assistido. Minha maior convicção é por saber que Deus tem um propósito maior para ele. Não ganhamos essa eleição à toa", comemorou Daniel Vilela.
Ele cumpriu sua agenda de campanha no 1º turno por 21 dias até que, em 19 de setembro, foi diagnosticado com covid-19. Depois de internado na UTI de um hospital da cidade, precisou ser transferido às pressas para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde foi intubado duas vezes.
Esta semana, ele passou por uma traqueostomia a fim de que respirasse por meio de uma sonda. A situação é tão delicada que é provável que Maguito não saiba do resultado da eleição.
Ele não tem qualquer previsão de alta. Aos familiares, os médicos dizem que o candidato deve passar boa parte de dezembro sedado. Depois disso, continuará na UTI por algum tempo.
Segundo juristas especializados em direito eleitoral, caso Maguito continue internado até 1º de janeiro do ano que vem, toma posse o vice-prefeito eleito, o vereador e pastor evangélico Rogério Cruz (Republicanos). Maguito assumiria após sua recuperação.
Em caso de falecimento do eleito entre o fim da disputa e o dia da posse, o vice também assume.
Saúde de Maguito foi alvo de adversário
Com a internação, a campanha eleitoral de Maguito foi tocada por seu filho, Daniel Vilela, que participou de atos e carreatas em Goiânia. Apesar da ausência do candidato, ele terminou a corrida do primeiro turno à frente de Vanderlan e manteve a liderança nas pesquisas.
Poupado de críticas durante o primeiro turno, Maguito virou alvo de ataques de Vanderlan Cardoso por conta de seu estado de saúde durante a campanha de segundo turno.
Vanderlan acusou o MDB de mentir sobre a "real situação de saúde" de Maguito e chamou de "farsa" as informações divulgadas pela campanha do adversário.
Ele fez críticas ao fato de o responsável pela divulgação do quadro clínico de Maguito, o pneumologista Marcelo Rabahi, ser o genro do emedebista, sugerindo com isso que seu estado de saúde era pior do que o informado. A Sociedade Goiana de Pneumologia e Tisiologia se posicionou repudiando as declarações do candidato do PSD.
A situação deu ensejo à circulação de fake news sobre a morte do candidato. Uma notícia sobre o falecimento de uma das irmãs do político em decorrência da covid-19 foi manipulada, editada e utilizada na disseminação de boatos pelas redes sociais. A equipe de campanha de Maguito acionou a Polícia Federal para investigar as fake news e identificar a origem dos boatos.
Promessas do eleito
No segundo turno, Maguito recebeu apoio do PSB e de vereadores petistas. O prefeito eleito também contou com a declaração de apoio de Iris Rezende (MDB), atual prefeito de Goiânia, que havia dito que ficaria neutro nas eleições deste ano.
Maguito tem uma longa trajetória na política goiana. Em 45 anos de vida pública, mudou de partido apenas na transição para a democracia, quando trocou a Arena pelo MDB. Já foi vereador, deputado estadual e federal e vice-governador. Ele também ocupou a cadeira de governador de Goiás entre 1995 e 1998 e logo depois foi eleito para o senado federal, de 1999 a 2007.
Em seu programa, Maguito promete priorizar as áreas de saúde, educação, segurança e infraestrutura, com foco nas regiões mais pobres da cidade. Ele promete construir novas unidades de saúde e ampliar o programa Saúde da Família. Também diz que irá oferecer mais vagas em creches.
O prefeito eleito propõe ampliar vias destinadas para a circulação exclusiva de ônibus. E na área de segurança, ele promete investir na Guarda Municipal e fortalecer os Conselhos de Segurança Pública.
Para isso, conta com 14 parlamentares dos 35 vereadores eleitos para a Câmara Municipal de Goiânia. Fazem parte da base de seu governo MDB, PMB, PTC, Patriota, Republicanos e PCdoB.
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