Estratégia da reta final leva Bolsonaro a estados-pêndulo e com mais votos
Nos últimos dez dias de campanha do primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai visitar os estados com maiores colégios eleitorais de três regiões brasileiras. Hoje, ele estará no Norte e tem agendas em Belém e Manaus. O Datafolha indica empate técnico com Luiz Inácio Lula da Silva nessa região.
Os outros destinos de Bolsonaro nesta reta final de campanha são o Sudeste e o Nordeste. Em ambos, o candidato à reeleição está atrás do principal rival. Para tentar reverter a situação, a campanha planejou atos em São Paulo, Minas Gerais, no Rio de Janeiro, na Bahia e em Pernambuco.
Estados-pêndulo no radar. Entre os destinos programados para Bolsonaro fazer campanha estão dois estados carregados de simbolismo. Todos os candidatos que venceram a corrida presidencial desde a redemocratização ganharam as eleições em Minas Gerais e no Amazonas no primeiro e no segundo turno.
Embora os modelos sejam diferentes, é o que na eleição norte-americana chamam de "estado-pêndulo" —quando a alternância de um ente federativo ajuda a decidir a eleição.
Bolsonaro volta à Amazônia. A primeira parte da viagem do candidato à reeleição inclui o Pará e o Amazonas. São os dois maiores colégios eleitorais do Norte do país com 8,7 milhões de votos —6,08 milhões no Pará e 2,64 milhões no Amazonas.
Os atos eleitorais programados para hoje começam com uma motociata entre o aeroporto de Belém e o Porto Futuro, onde Bolsonaro realiza um comício. Haverá ainda um encontro com lideranças locais e políticos.
Na sequência, Bolsonaro viaja para Manaus e participa de um seminário sobre o impacto do 5G na educação e indústria. O último ato público é um comício no Espaço Via Torres, mesmo local que Lula discursou quando esteve no estado.
De acordo com o último Datafolha, Bolsonaro tem 40% no Norte e Lula 38%, o que configura empate técnico.
Visita a reduto eleitoral de Lula. Antes de viajar para a Inglaterra e os Estados Unidos, Bolsonaro esteve em Garanhuns (PE) — terra natal do concorrente. Agora, o presidente deve voltar ao estado na última semana de campanha. O destino é Petrolina, na terça-feira (27). Também está programada uma agenda eleitoral em Juazeiro (BA) no mesmo dia.
Mais uma vez o candidato à reeleição foca seus esforços nos estados de maior população da região. Juntos, são 18,3 milhões de votos. A Bahia tem 11,29 milhões de eleitores; Pernambuco, 7,01 milhões. No Nordeste, Lula tem ampla vantagem no Datafolha — com 54% das intenções de voto. Bolsonaro está com 20%.
Sudeste recebe maioria das agendas. Região com 42,6% dos votos do país — um a cada quatro —, o Sudeste vai aparecer com frequência na campanha de Bolsonaro. Estão previstos atos em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
A escolha parece natural por causa do potencial de aumentar o índice de intenção de votos, mas há outro motivo. O Sudeste abriga a sede de duas emissoras de TV aberta que convidaram o candidato à reeleição para debates.
Ele já confirmou presença no evento do SBT, programado para sábado. Bolsonaro não se pronunciou a respeito do debate da Globo, marcado para quinta-feira da próxima semana, mas a tendência é que compareça.
O bom desempenho na TV aberta e atos de campanha de grande repercussão são muito importantes para Bolsonaro. Juntos, os três estados somam 63,77 milhões de votos:
- 34,66 em São Paulo,
- 16,29 em Minas Gerais e
- 12,82 no Rio de Janeiro.
Conforme o Datafolha, Lula lidera no Sudeste com 37%. Bolsonaro tem 31%.
O candidato à reeleição ainda enfrenta um cenário de estagnação nas pesquisas eleitorais, com 30% das intenções de voto. Lula lidera com 41% e sua campanha foca na possibilidade de ganhar no primeiro turno.
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