Tarcísio recebe L em agenda em SP e tenta afastar 'descompensado' Jefferson
Candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas recebeu a letra "L" feita por crianças com as mãos em uma agenda hoje em São Miguel Paulista, na zona leste da capital paulista. O gesto é associado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de seu aliado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), na disputa pelo Planalto.
O gesto, porém, foi a menor das preocupações de Tarcísio nesta segunda-feira (24). O candidato precisou lidar com a repercussão do ataque do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB). Aliado de Bolsonaro, ele se entregou à PF (Polícia Federal) em sua casa, na noite de ontem, depois de atirar contra agentes que cumpriam ordem de prisão contra ele.
O ex-deputado é presidente de honra do PTB, partido que compõe a coligação de Tarcísio na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. O candidato não fez referências ao impacto do episódio em sua campanha, mas elogiou a maneira como Bolsonaro lidou com o episódio.
"O presidente se posicionou corretamente, de forma muito rápida. Para mim, se trata de uma questão isolada, de uma pessoa que está absolutamente descompensada", disse o candidato hoje, durante uma agenda em São Miguel Paulista, zona leste da capital paulista.
O que fez Jefferson? O ex-deputado reagiu à abordagem de policiais que cumpriam uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de prendê-lo em sua casa, em Levy Gasparian (RJ), a cerca de 140 quilômetros da capital fluminense. Dois agentes ficaram feridos, atingidos por estilhaços, mas passam bem.
A decisão ocorreu depois de Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, do STF, e a comparar com "prostitutas", "vagabundas" e "arrombadas" em uma publicação na internet. Ele estava proibido de usar as redes sociais, justamente por outra ordem de Moraes. A gravação foi publicada no perfil da filha de Jefferson, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB), que teve a conta suspensa ontem.
Questionado se acredita que o episódio pode interferir na campanha de Bolsonaro à reeleição, Tarcísio negou e disse que pretende passar a última semana de sua campanha discutindo propostas.
A gente não pode perder tempo com um episódio lamentável como foi o de ontem. Entendo que a polícia agiu como tinha que agir, o presidente mandou o ministro da Justiça pra lá justamente para que ele pudesse coordenar as ações, precisava de uma negociação para que não houvesse um desastre maior, para que houvesse a rendição porque nós tínhamos uma pessoa descompensada que estava agindo como um criminoso
Tarcísio de Freitas
Após o ataque de ontem cometido por Jefferson, Bolsonaro mentiu ao tentar dissociar sua imagem da do aliado. Os dois se reaproximaram ainda em 2020, quando o presidente se coligou ao centrão no Congresso para se blindar do impeachment e cogitou se filiar novamente ao PTB para disputar a reeleição este ano.
Gritos pró-Lula
Tarcísio caminhou por ruas de São Miguel Paulista, conversou com lojistas e ouviu gritos isolados de apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Fernando Haddad (PT), seu adversário na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
Enquanto o candidato discursava em frente ao mercado municipal do bairro, crianças e adolescentes em uma escola que fica na frente do estabelecimento fizeram a letra "L" com as mãos, um sinal associado ao petista.
No primeiro turno, em São Miguel Paulista, Haddad ficou em primeiro lugar, com 46,04% dos votos e Tarcísio em segundo, com 33,5%. Na corrida pelo Planalto, a região deu a Lula 48,39% dos votos; Bolsonaro teve 39,07%.
Na semana passada, quem passou por uma situação parecida foi Haddad, que ouviu gritos de "aqui é 22" —número do PL na urna— enquanto fazia uma carreata em Santana, na zona norte de São Paulo, onde Bolsonaro saiu vitorioso, assim como Tarcísio.
Durante a agenda, Tarcísio também entrou em uma base da PM (Polícia Militar) da área e conversou com os agentes.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (19), o candidato bolsonarista tem 49% das intenções de voto e o petista, 40%. Considerando os votos válidos —que excluem brancos, nulos e indecisos—, Tarcísio tem 55% e Haddad, 45%.
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