Boulos: Discutir BO de Nunes é interesse público, não ataque pessoal
Trazer à tona o boletim de ocorrência registrado pela mulher de Ricardo Nunes (MDB) é uma questão de interesse público, e não um ataque pessoal ao seu adversário no segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, afirmou Guilherme Boulos (PSOL) em entrevista ao UOL News nesta quarta (9).
Boulos recebeu críticas de seus próprios apoiadores por explorar o assunto já no início da campanha do segundo turno. Em 2011, Regina Nunes registrou um BO contra o marido por suposta prática de violência doméstica e ameaça.
Uma coisa é mentira, sair do tom, fazer um ataque rebaixado. Isso vocês não viram de mim ao longo da campanha e não verão no segundo turno. Outra coisa é uma pessoa que está na vida pública e precisa prestar contas daquilo que faz.
Nesse tema do boletim de ocorrência, vocês mesmos do UOL questionaram Nunes a respeito disso na sabatina, como tem que ser. É uma figura pública. São Paulo precisa saber se está votando em um prefeito que tem ou não tem um boletim de ocorrência por violência contra mulheres. Isso é grave. Não é uma questão pessoal, nem um ataque rebaixado. Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo
Boulos comparou o caso do BO da mulher de Nunes ao do laudo falso divulgado por Pablo Marçal (PRTB). O psolista ainda voltou a citar a ligação do chefe de gabinete da Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras) com Marcola, ex-chefão do PCC (Primeiro Comando da Capital), como o UOL revelou.
Se o boletim fosse mentiroso igual ao laudo que o Marçal inventou sobre mim, é uma coisa. Agora, o boletim é verdadeiro. É inevitável que questões desta natureza estejam no debate político. Não fui eu quem colocou primeiro; foi a Tabata [Amaral, candidata do PSB] no primeiro debate da Band, e ela o fez corretamente porque é um tema de interesse público. Depois, foi colocado corretamente pela imprensa, porque é um tema de interesse público.
Vocês não me verão fazendo ataque rebaixado, inventando mentira e distorcendo posições de candidato. Mas vocês certamente me verão colocando as questões e as críticas que o eleitor tem o direito de saber.
Talvez isso não esteja sendo trabalhado e as pessoas não estejam compreendendo da maneira devida. O cunhado do Marcola, do PCC, comanda as obras na cidade de São Paulo. É possível pensar em algo mais grave do que isso? Precisamos trazer isso para o debate. Não é ataque, mas um questionamento sobre qual futuro queremos para a cidade de São Paulo nos próximos quatro anos. Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo
Ao UOL, a campanha de Nunes rebateu as falas de Boulos.
O ataque sistemático do candidato Guilhermo Boulos à Regina, esposa de Ricardo Nunes, demonstra que o seu radicalismo não tem limites. O assunto, de cunho pessoal, já foi reiteradas vezes explicado (e explorado, de forma vil) no primeiro turno. A repulsa ao tema pelos próprios eleitores de Boulos nas redes sociais prova que a baixaria do candidato só o levará a um lugar: o recorde de rejeição.
Boulos diz que redobrará esforço para evitar confusão: 'Martelar 50'
Mais de 48 mil eleitores digitaram erradamente o número 13, do PT, e tiveram o voto anulado na tentativa de votar em Boulos —que usa o 50, do PSOL. Diante da expressiva quantidade de votos anulados e que seriam a seu favor, o psolista disse que intensificará a campanha para fixar seu número e evitar problema parecido no segundo turno.
Com esses votos, teríamos chegado na primeira posição porque a margem foi muito pequena. Nossa campanha fortaleceu muito o número 50 na urna. Neste segundo turno, vamos redobrar o esforço em mostrar na TV, nas redes e em todos os lugares a construção do nosso número, que é o 50. O que temos que fazer é martelar nosso número. Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo
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