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Conduta não pode voltar a ocorrer, diz Patriota sobre diplomata que trouxe senador

Luiz Alberto Figueiredo (dir.) toma posse como ministro das Relações Exteriores no lugar de Antonio Patriota - Evaristo Sá/AFP
Luiz Alberto Figueiredo (dir.) toma posse como ministro das Relações Exteriores no lugar de Antonio Patriota Imagem: Evaristo Sá/AFP

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

28/08/2013 11h35

Em seu discurso na cerimônia em que deixou o cargo de ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota criticou, nesta quarta-feira (28), o diplomata Eduardo Saboia, responsável por trazer o senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil em operação que não contou com o consentimento do Itamaraty e que culminou na demissão do ministro brasileiro.

"A atuação indepentende de servidor em La Paz, em assunto de grande sensibilidade e sem instruções, representa conduta que não pode voltar a ocorrer", disse Patriota em seu discurso de cerca de cinco minutos.

Não evitei assuntos sensíveis, diz Patriota sobre senador boliviano

“O governo ofereceu proteção ao senador Roger Pinto Molina em estrito cumprimento de suas obrigações estabelecidas na Convenção de Caracas sobre asilo diplomático. Durante o período em que o senador esteve asilado na Embaixada do Brasil em La Paz, o governo brasileiro agiu sempre com respeito à soberania boliviana, sem deixar de buscar solução negociada juridicamente sólida que garantisse o trânsito seguro do senador ao território brasileiro”, explicou o ex-chanceler.

Ele fez um pequeno balanço de sua atuação como ministro do governo Dilma, em dois anos e meio no cargo. "Nenhum assunto foi evitado, por mais sensível que fosse, inclusive aqueles relacionados ao senador boliviano Roger Pinto Molina", disse.

Patriota ainda fez um elogio ao seu desempenho no Itamaraty: "durante minha gestão, o Brasil venceu todas as eleições para postos internacionais que disputou". Ele referia-se à indicação de diplomatas brasileiros para chefiar a OMC (Organização Mundial do Comércio) e a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Os brasileiros Roberto Azevêdo e José Graziano chefiam a OMC e a FAO, respectivamente.

Segundo Patriota, durante sua estadia no ministério, ele participou de mais de 180 atividades no exterior e recebeu, no Brasil, a visita de 91 chanceleres.

Novo chanceler

Luiz Alberto Figueiredo Machado tomou posse na manhã desta quarta, em cerimônia no Palácio do Planalto. Ele era representante do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), posto que será ocupado agora justamente por Antonio Patriota.

Figueiredo foi elogiado por seu antecessor. "Figueiredo é o diplomata que produziu o futuro que queremos na Rio+20", afirmou Patriota.