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Crianças foram mortas enquanto dormiam, diz ONU sobre ataque a escola em Gaza

Do UOL, em São Paulo

30/07/2014 08h19Atualizada em 31/07/2014 12h20

O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNWRA) classificou de "vergonha universal" o ataque israelense nesta quarta-feira (30) contra uma escola mantida pelo organismo no campo de refugiados Jabaliya, na faixa de Gaza, onde centenas de palestinos haviam se refugiado. Ao menos 19 morreram e 90 ficaram feridos no ataque. 

"Ontem à noite, crianças foram mortas enquanto dormiam ao lado de seus pais no chão de uma sala de aula em um abrigo da ONU em Gaza. Crianças mortas enquanto dormiam; isso é uma afronta para todos nós, uma fonte de vergonha universal. Hoje o mundo está em desgraça", afirmou em nota Pierre Krähenbühl, comissário-geral da UNRWA.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

"Não há palavras para expressar adequadamente minha raiva e indignação", afirmou.

Segundo  Krähenbühl, este ataque foi o sexto contra uma escola mantida pela UNRWA em Gaza. "Nossos funcionários estão sendo mortos. É um ponto de ruptura."

O Exército de Israel não confirma o ataque contra a escola da ONU -- e diz que militantes estavam disparando do local.

Mas, na nota, a UNRWA afirma não ter dúvidas de que o ataque foi realizado por Israel.

"Visitamos o local e coletamos evidências. Analisamos fragmentos, examinamos as crateras e outros danos. Nossa avaliação inicial é de que foi a artilharia israelense que atingiu nossa escola, em que 3.300 pessoas haviam se refugiado. Acreditamos que houve ao menos três impactos", afirmou. 

Ainda de acordo com a nota, a localização da escola e a informação de que estava sendo ocupada por refugiados foram comunicadas ao Exército israelense 17 vezes, a última deles horas antes do bombardeio. 

Bombardeios no campo de refugiados de Jabaliya deixaram ao menos outros 23 mortos durante a madrugada. Em 23 dias de ofensiva, mais de 1240 palestinos morreram, a maioria civis. Do lado israelense, 53 soldados e 3 civis foram mortos. (Com agências internacionais)