Jovem suspeito de ataque em Paris se entrega à polícia e apresenta álibi
O mais jovem dos três suspeitos de um ataque à sede do jornal satírico "Charlie Hebdo", Hamyd Mourad, 18, entregou-se na noite desta quarta-feira (7) voluntariamente à polícia e alegou ser inocente. Agnès Thibault-Lecuivre, porta-voz da Promotoria de Paris, confirmou ao jornal "The New York Times" que o suspeito havia se entregado e que fora colocado sob custódia.
Ele teria ido voluntariamente até o posto policial de Charleville-Mézières, a cerca de 230 km de Paris (perto da fronteira com a Bélgica), depois de ver seu nome na lista de suspeitos, juntamente com os irmãos Said Kouachi, 34, e Cherif Kouachi, 32.
Mourad afirmou ter um álibi e que estava em uma escola no momento do ataque, fato que estaria sendo investigado pela polícia.
A emissora BFM TV, citando fontes não identificadas, disse que o jovem decidiu se entregar após ver seu nome nas redes sociais. A TV disse que outras prisões foram feitas em círculos ligados aos dois irmãos.
Irmãos Kouachi estão foragidos
A polícia francesa divulgou um aviso para a população com as identidades de Said e Cherif Kouachi e alertou que os irmãos "podem estar armados e são perigosos". Junto com seus nomes também foram divulgadas suas fotografias para facilitar sua localização.
As autoridades pedem que a população colabore com qualquer informação que possa levar ao paradeiro dos criminosos.
Revista fez caricatura de Maomé
Os dois atiradores invadiram o prédio da revista, rendendo dois funcionários de manutenção, que foram assassinados em seguida. Na sequência, eles invadiram uma reunião, que ocorria no segundo andar do prédio, e abriram fogo. Entre os doze mortos estão oito jornalistas, um convidado e um policial que fazia a segurança do local.
A revista semanal já publicou ilustrações satíricas sobre líderes muçulmanos e foi ameaçada por divulgar caricaturas de Maomé há três anos, tendo inclusive sua sede incendiada na época.
Uma sobrevivente, a cartunista Corinne "Coco" Rey, disse ao jornal "L'Humanité" que foi obrigada por dois homens a deixá-los entrar no prédio e que eles falavam "francês perfeito".
Entre as vítimas do ataque estão o diretor e chargista Charb (Stéphane Charbonnier) e outros quatro desenhistas: Georgers Wolinski, Cabu (Jean Cabut), Philippe Honoré e Tignous (Bernard Verlhac). Além deles, morreram o economista Bernard Maris, o revisor Moustapha Ourrad, o cronista Michel Renaud e o jornalista Philippe Lançon. (Com agências internacionais)
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