Biden cria fundo para financiar brigas judiciais por recontagem de votos
A campanha do democrata Joe Biden decidiu se antecipar à possível disputa pela recontagem de votos em alguns estados americanos nas eleições presidenciais americanas. Biden anunciou que foi criado um fundo para que seus eleitores o ajudem a brigar judicialmente contra o republicano Donald Trump pela contagem das cédulas.
"Para garantir que cada voto é considerado, estamos organizando o maior esforço em proteção eleitoral já realizado. Porque Donald Trump não pode decidir qual será o rumo da eleição — o povo americano é quem decide", afirmou Biden no Twitter.
Biden teve mais uma vitória em um estado-chave para definir as eleições presidenciais americanas. Segundo apurações da agência AFP, do jornal The New York Times e das redes de TV americanas CNN e Fox News, Biden venceu a votação popular em Michigan, o que o coloca com 253 votos do Colégio Eleitoral. Restam, assim, 17 delegados para chegar a 270 e confirmar o triunfo sobre o presidente Trump, que permanece com 214 votos.
Trump pedirá recontagem dos votos
A campanha do presidente Donald Trump anunciou hoje que pedirá recontagem de votos nos estados de Wisconsin e Michigan e que entrará com ação judicial contra o processo eleitoral no estado da Pensilvânia, com o objetivo de suspender a contagem de votos.
Em Wisconsin, a vitória de Joe Biden foi confirmada pelas agências AP e AFP, o jornal "New York Times" e a rede de TV americana CNN, na tarde de hoje — com 99% das urnas apuradas, o democrata aparece com 49,6% dos votos contra 48,9% de Trump. Como a diferença entre Biden e Trump é menor que um ponto percentual, o presidente pode pedir uma recontagem de votos.
No sistema eleitoral americano, os 538 votos do Colégio Eleitoral — ou 538 "delegados" — determinam quem será o presidente. Esses 538 votos são distribuídos entre os estados, de forma proporcional, considerando a população de cada um deles. Ganha quem alcançar 270 delegados. O candidato que ganhar a eleição popular dentro do estado leva todos os votos dele no Colégio Eleitoral — com exceção do Maine e de Nebrasca, que dividem seus votos de acordo com os distritos regionais.
Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.
Contestação começou na madrugada
Os questionamentos quanto à contagem dos votos tiveram início já na madrugada de hoje. Trump chegou a fazer um pronunciamento na Casa Branca e se autodeclarar vencedor das eleições, embora ainda não houvesse confirmação. Ele também disse que recorreria à Suprema Corte para interromper a contagem de votos.
"Não queremos que encontrem votos às 4 horas da manhã para acrescentar à lista", afirmou, referindo-se aos votos enviados pelo correio. A campanha de Joe Biden reagiu, afirmando que as declarações do republicano são "ultrajantes e sem precedentes".
Pela manhã, Trump voltou a levantar suspeitas de fraude — sem apresentar provas — sobre a contagem dos votos. Em mensagem publicada em uma rede social, o presidente classificou como "muito estranha" a forma como Biden tem avançado e que sua vantagem sobre o democrata começou a desaparecer "magicamente".
Na noite passada, eu vinha liderando, em muitos casos de forma sólida, em muitos estados-chave, quase todos governados e controlados pelos democratas. Então, um a um, [meus votos] começaram a desaparecer magicamente enquanto cédulas surpresa eram contadas. Muito estranho, e todas as pesquisas erraram completamente e historicamente
Donald Trump em declaração no Twitter
Pouco após a publicação, o Twitter colocou um alerta na publicação do republicando, dizendo que a mensagem contém dados "contestáveis" e que pode ter "informações incorretas".
Eleições americanas: EUA escolhem entre Biden e Trump sob tensão
Por que a contestação pode ser decisiva?
Wisconsin e Michigan são considerados estados fundamentais na corrida presidencial. Uma possível vitória no segundo daria a Joe Biden mais 16 pontos na apuração, que não soma votos brutos, mas sim delegados eleitorais de cada região. Até as 16h20 de hoje, a contagem indicava 237 a 214 para Biden.
Os dois estados integram a lista dos últimos sete estados que ainda não acabaram a apuração, junto com Nevada — outro local em que Biden lidera — e Alasca, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte — esses quatro com vantagem provisória de Trump.
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