Manifestantes pró-Trump protestam em frente a centro de votação no Arizona
Um grupo de apoiadores de Donald Trump, alguns armados com rifles e revólveres, se reuniu em frente a um centro eleitoral em Phoenix, no Arizona, após rumores infundados de que os votos para o presidente republicano não estavam sendo contados deliberadamente nas eleições americanas.
Cantando "Pare de roubar!" e "Conte meu voto", os manifestantes em sua maioria sem máscaras ficaram em frente ao Departamento Eleitoral do Condado de Maricopa, em Phoenix, enquanto o candidato presidencial democrata Joe Biden mantém uma leve liderança no estado crítico da disputa.
Uma vitória de Biden no Arizona daria ao democrata 11 votos eleitorais, um grande impulso em sua tentativa de ganhar a Casa Branca, ao mesmo tempo que estreitaria o caminho de Trump para a reeleição, em um estado que o republicano venceu em 2016.
A agência AP e o canal de TV Fox News já dão vitória para Biden no Arizona, de acordo com suas projeções matemáticas. Se considerada esta vitória, Biden já contaria com 264 votos do Colégio Eleitoral contra 214 de Trump. São necessários 270 para a eleição.
Na noite da eleição, a Fox News e a Associated Press projetaram vitória de Biden no estado, embora apenas pouco mais de 70% dos votos tivessem sido contados, um movimento que enfureceu Trump e seus assessores.
Alguns dos cerca de 200 manifestantes gritaram "Vergonha para a Fox!".
Chris Michael, 40, de Gilbert, Arizona, disse que veio para garantir que todos os votos sejam contados. Ele disse que quer garantias de que a contagem foi feita "ética e legalmente".
Boatos se espalharam aqui no Facebook na noite de terça de que alguns votos de Maricopa (maior condado do estado) não estavam sendo contados porque os eleitores usaram canetas Sharpie para marcar suas cédulas. Os funcionários eleitorais locais insistiram que não era verdade.
Com a contagem ainda em andamento em vários estados importantes, Trump acusou os democratas de tentar roubar a eleição sem evidências e entrou com processos em vários estados relacionados à contagem de votos.
Uma cena semelhante aconteceu na tarde de ontem no centro de Detroit, onde as autoridades eleitorais da cidade bloquearam cerca de 30 pessoas, a maioria republicanos, de entrar em uma sala de contagem de votos em meio a alegações infundadas de que a contagem de votos era fraudulenta.
Trump pedirá recontagem dos votos
A campanha do presidente Donald Trump anunciou ontem que pedirá recontagem de votos nos estados de Wisconsin e Michigan e que entrará com ação judicial contra o processo eleitoral no estado da Pensilvânia, com o objetivo de suspender a contagem de votos.
Em Wisconsin, a vitória de Joe Biden foi confirmada pelas agências AP e AFP, o jornal "New York Times" e a rede de TV americana CNN, na tarde de ontem. Como a diferença entre Biden e Trump é menor que um ponto percentual, o presidente pode pedir uma recontagem de votos.
No sistema eleitoral americano, os 538 votos do Colégio Eleitoral — ou 538 "delegados" — determinam quem será o presidente. Esses 538 votos são distribuídos entre os estados, de forma proporcional, considerando a população de cada um deles. Ganha quem alcançar 270 delegados. O candidato que ganhar a eleição popular dentro do estado leva todos os votos dele no Colégio Eleitoral — com exceção do Maine e de Nebrasca, que dividem seus votos de acordo com os distritos regionais.
Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, a imprensa faz projeções estatísticas e aponta os vencedores por estado. No caso do Arizona, a agência Associated Press (AP) e a emissora de televisão Fox apontam vitória do democrata. Outros veículos ainda consideram o resultado em aberto.
(Com Reuters)
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