Chuvas deixam mais de 120 mortos e rastro de destruição na Europa
As fortes chuvas que afetam a Europa ocidental continuam provocando mortes e deixando um rastro de destruição. País mais afetado, a Alemanha registrou 103 mortes, segundo o balanço das autoridades, e mais de 1000 desaparecidos. Outras 18 mortes foram registradas na Bélgica.
Os números aumentam na medida em que as equipes de resgate conseguem alcançar áreas afetadas e resgatar mais corpos. Luxemburgo e Holanda também foram afetados pelas fortes chuvas, mas até agora registraram apenas danos materiais.
As fortes chuvas surpreenderam os moradores. Muitos ficaram presos por enchentes e transbordamentos de rios, que semearam desolação e medo em seu caminho.
Hoje, um deslizamento provocou mais mortes e deixou várias pessoas desaparecidas perto de Colônia, na Alemanha. Na cidade de Erftstadt-Blessem, "as casas foram, em grande parte, arrastadas pela água, e algumas desabaram. Várias pessoas estão desaparecidas", tuitaram as autoridades de Colônia.
Imagens da área do desastre divulgadas pelas autoridades mostraram uma grande cratera, com massas de terra, lama e destroços. As autoridades estão sem notícias de 1.300 moradores da região vinícola de Ahrweiler, ao sul de Colônia, como se um tsunami tivesse passado pelo local.
"Foi tão horrível, não conseguimos ajudar ninguém. As pessoas gesticulavam pelas janelas", disse Frank Thel, um morador de Schuld, à Reuters diante de uma pilha de destroços na cidade, onde vários edifícios desmoronaram.
Os serviços de emergência continuam em busca de várias pessoas desaparecidas. Essa é a pior catástrofe natural vivida pelo país nos últimos 20 anos.
Mais de 10 mortes na Bélgica
Na Bélgica, onde 18 mortes foram registradas, as províncias do sul e do leste do país foram as mais afetadas pelas inundações. A maioria dos óbitos foi registrada na província de Liège. Outras 19 pessoas estão desaparecidas. Os vizinhos Holanda e Luxemburgo também sofrem com as chuvas e, até o momento, registram danos materiais.
Na cidade belga de Chaudfontaine, dois corpos foram encontrados na noite de ontem, segundo o prefeito, Daniel Bacquelaine. Em Aywaille, o corpo de um homem de 50 anos foi encontrado e várias pessoas foram retiradas de acampamentos.
Na região de Hemeco, os bombeiros contaram mais de 400 intervenções desde quarta-feira em várias localidades, incluindo Wanze, onde tentaram resgatar uma mulher idosa que acabou sendo varrida pela corrente e não pôde ser salva, de acordo com a mídia local.
Em Pepinster, também na província de Liège, uma pessoa foi encontrada morta sob uma ponte parcialmente desmoronada, segundo funcionários municipais, que também relataram o capotamento de um barco de resgate com cinco bombeiros e três moradores que haviam acabado de ser resgatados de suas casas. Os primeiros conseguiram chegar em segurança, mas os últimos estão desaparecidos.
Uma menina de 15 anos que foi varrida pela corrente do rio Ourthe na província de Luxemburgo, também na Bélgica, é mais uma das pessoas desaparecidas.
Quatro corpos foram encontrados na cidade de Verviers, também muito afetada pelas chuvas e pela cheia de rios, além de outros dois confirmados anteriormente nas cidades de Eupen e Aywaille, todas perto de Liège.
A prefeita interina de Liège, Christine Defraigne, pediu ontem para os residentes deixarem a cidade, a quinta maior da Bélgica, com uma população de quase 200 mil pessoas. O alerta foi reforçado para as pessoas que vivem às margens do rio Meuse.
Devido às fortes chuvas dos últimos dias, o rio Meuse atingiu níveis extraordinariamente altos, e as previsões apontam que a situação só vai piorar, com um fluxo de até 3.750 metros cúbicos por segundo esperado, algo que não acontecia há 100 anos.
Desgastados, os bombeiros concentraram suas intervenções durante a noite em operações de urgência, a fim de poder retomar o restante na manhã desta sexta.
O governo ativou o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia pedindo ajuda aos países do bloco para lidar com os danos causados pelo mau tempo no leste do país, anunciou o Ministro do Interior, Annelies Verlinden. A França respondeu que enviará dois helicópteros para assistir ao país vizinho, que também será ajudado pela Itália e pela Áustria.
Em Luxemburgo, onde algumas áreas registraram até 100 litros de chuva por metro cúbico, o governo de Xavier Bettel declarou nesta quinta-feira um estado de desastre natural devido à situação do país, que ele definiu como "dramática". Não houve relatos de mortes até o momento.
O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, também declarou um estado de desastre natural na noite desta quinta na província de Limburg, na fronteira com a Alemanha, onde os maiores danos e mortes foram registrados nas tempestades que afetaram o norte da Europa.
A secretária de Estado, Stientje Van Veldhoven, viajou para Limburg e contou ao restante do gabinete de Rutte os incalculáveis danos causados pela força da água a casas, empresas, estradas e pontes. "Isto só acontece a cada 200 anos", lamentou ela.
*Com informações da AFP, Reuters e EFE
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