71 crianças foram mortas desde o início da invasão russa, diz Ucrânia
Pelo menos 71 crianças foram mortas na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, anunciou hoje Liudmyla Denisova, responsável pelos direitos humanos no Parlamento ucraniano.
"Desde o início da invasão russa até 10 de março às 11h (6h de Brasília), 71 crianças foram mortas e mais de 100 feridas", disse ela em um comunicado no Telegram.
Entre as crianças mortas está Alise Perebeinis, 9. Ela morreu ao lado da mãe, Tatiana, 43, e do irmão Nikita, 18, em um bombardeio na cidade de Irpin, perto da capital Kiev, no domingo (6).
Um registro feito por uma fotógrafa para o jornal americano The New York Times mostrou os três mortos na calçada, enquanto soldados ucranianos tentavam salvar a vida de um homem que estava próximo a eles.
O pai de Alise publicou uma homenagem à família morta nas redes sociais. "Perdoem-me, eu não os protegi", escreveu Sergey em sua conta no Facebook.
As autoridades ucranianas também informaram que uma menina morreu após bombardeio russo a uma maternidade e hospital infantil na cidade de Mariupol. Além da criança, outras duas pessoas morreram. Um balanço anterior da prefeitura de Mariupol citava 17 pessoas feridas no ataque.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, justificou hoje o bombardeio ao local alegando que estava sendo usado como base por um batalhão nacionalista e que não havia pacientes ali.
"Este hospital pediátrico foi retomado há tempos pelo batalhão de Azov e por outros radicais, e todas as mulheres que iam dar à luz, todas as enfermeiras e todo pessoal de apoio haviam sido expulsos", declarou Lavrov, após conversas com seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, na Turquia. A reunião terminou sem acordo.
O bombardeio ocorreu enquanto as mulheres davam à luz no hospital, que acabava de ser reequipado, informou um membro da administração militar da região de Donetsk. O ataque foi condenado pela comunidade internacional.
O prédio que abrigava o hospital ficou completamente destruído, segundo imagens publicadas pela Câmara Municipal de Mariupol em redes sociais.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que condenou um "crime de guerra", compartilhou vídeos mostrando a destruição do prédio. Nas imagens podem ser vistos destroços, folhas de papel e cacos de vidro espalhados pelo chão do edifício.
* Com informações da AFP
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