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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Reunião de Rússia e Ucrânia para cessar-fogo termina e será retomada amanhã

Do UOL, em São Paulo

15/03/2022 17h29Atualizada em 15/03/2022 17h45

As negociações entre Rússia e Ucrânia terminaram novamente sem um acordo firmado. A reunião de hoje foi a quarta tentativa de um cessar-fogo da guerra que acontece há 20 dias.

O negociador ucraniano, Mykhailo Podoliak, disse que o assunto será retomado em uma reunião agendada para amanhã.

"É um processo de negociação muito difícil e viscoso. Há contradições fundamentais. Mas certamente há espaço para um compromisso. Durante o intervalo, o trabalho em subgrupos continuará", falou no Twitter.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

A nova rodada de conversas entre os países vizinhos começou ontem e foi "pausada" para ser retomada hoje.

Até agora, as negociações conseguiram firmar a abertura de corredores humanitários, ou seja, rotas de fuga com segurança para a evacuação de civis.

Apesar desse acordo, a Ucrânia acusou a Rússia de não respeitar a trégua para a passagem de pessoas.

Líderes do Leste Europeu vão até Kiev

Os premiês da Polônia, República Tcheca e Eslovênia se tornaram os primeiros chefes de Estado estrangeiros a visitar Kiev desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia. Os três se reuniram hoje, após uma longa viagem de trem, na capital ucraniana para indicar apoio ao país invadido.

Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polônia, Petr Fiala, premiê tcheco, e Janez Jansa, líder da Eslovênia, partiram hoje de manhã em direção a Kiev, em meio a bombardeios ocorrendo na Ucrânia. Horas depois, Morawiecki publicou imagens da reunião no Twitter:

"É aqui, na Kiev devastada pela guerra, que a história está sendo feita. É aqui, que a liberdade luta contra o mundo da tirania. É aqui que o futuro de todos nós paira na balança. A UE (União Europeia) apoia a Ucrânia, que pode contar com a ajuda de seus amigos - trouxemos esta mensagem a Kiev hoje".

Como o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se recusou a deixar o país, os líderes do Leste Europeu têm expectativa de se encontrar com ele na capital.

Antes da reunião, Fiala afirmou que "o objetivo da visita é confirmar o apoio inequívoco de toda a UE à soberania e à independência da Ucrânia".

Ataques a Kiev

Hoje, a capital Kiev amanheceu com bombardeios. Em um dos ataques, o serviço de emergências da Ucrânia confirmou ao menos três mortes e cinco pessoas feridas após um edifício residencial ter sido atingido. Dois jornalistas da rede de TV norte-americana Fox News foram mortos após um ataque perto da capital.

A Fox news confirmou a morte do cinegrafista Pierre Zakrzewski, enquanto o Ministério da Defesa da Ucrânia informou que a produtora Oleksandra Kurshynova morreu no mesmo ataque.

Benjamin Hall, o jornalista que estava com Zakrzewski, é britânico e correspondente da TV em Washington D.C. Ele foi internado e o Ministério da Defesa afirma que ele perdeu parte de uma perna no ataque.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje o envio de mais armas para o país e disse entender que a Ucrânia não tem "portas abertas" para entrar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) —um dos pontos levantados pela Rússia para justificar a invasão.

A prefeitura da capital —que receberá a visita de líderes europeus hoje— já determinou 35 horas toque de recolher a partir da noite de hoje, terminando na manhã de quinta-feira (17). "Hoje é um momento difícil e perigoso", disse o prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko.

O governo ucraniano anunciou hoje mais corredores para evacuação de civis. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), uma criança torna-se refugiada a cada segundo na Ucrânia; mais de 3 milhões de pessoas já deixaram o país.

Biden promete armas à Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que enviará "equipamentos, tanques e armas" à Ucrânia, para que o país possa "agir diretamente contra as forças russas". O democrata fez um pronunciamento hoje sobre novas medidas de apoio aos ucranianos.

"Com esse novo financiamento nós estamos avançando rapidamente para apoiar os ucranianos que estão defendendo seu país", disse Biden, que garantiu apoio também aos países vizinhos da Ucrânia.

Além disso, o presidente dos EUA confirmou um pacote de US$ 13,6 bilhões de ajuda ao país. O projeto foi aprovado pelo Senado norte-americano na última semana. Biden agradeceu o trabalho conjunto de cooperação entre republicanos e democratas em favor do tema.

"A agressão do Putin contra a Ucrânia uniu as pessoas em toda a América, uniu os americanos no Congresso, e o mundo pela liberdade, para agir com urgência. Quero agradecer às lideranças do Congresso por trabalharem tão rapidamente para garantir os recursos que precisávamos", disse.

O montante liberado será usado em assistência humanitária, de defesa e econômica. Segundo Biden, os EUA também estão enviando suprimentos, produtos de higiene, e equipamentos para atender a feridos, além de água potável e alimentos.