Zelensky volta a pedir ajuda na guerra: 'Já mataram 97 crianças da Ucrânia'

Noventa e sete crianças ucranianas morreram desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, disse o presidente Volodimir Zelensky hoje em um discurso no parlamento do Canadá. Após a fala, Zelensky foi aplaudido de pé.

"Eles já mataram 97 crianças ucranianas", disse Zelensky no vídeo, acrescentando que os militares russos estavam "destruindo tudo: complexos memoriais, escolas, hospitais, conjuntos habitacionais".

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"Não estamos pedindo muito. Estamos pedindo justiça, apoio real, que nos ajude a prevalecer, a nos defender, a salvar vidas", completou, voltando a pressionar por uma maior participação de países aliados.

O presidente ucraniano diz que "todos devem fazer mais para proteger a Ucrânia". Ele insiste em pedir que os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) fechem o espaço aéreo do país.

Mais cedo, Zelensky já havia afirmado que a Europa estará protegendo sua própria segurança ao fornecer apoio militar para a Ucrânia. A guerra contra a Rússia completa 20 dias com o registro de novos ataques a áreas residenciais.

Zelensky participou hoje de uma reunião com líderes da Força Expedicionária Conjunta, uma cúpula em Londres que discute a defesa e segurança da Europa em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

Todos nós somos os alvos da Rússia e tudo irá contra a Europa se a Ucrânia não resistir, então eu gostaria de pedir a vocês que se ajudem nos ajudando. Vocês sabem o tipo de arma que precisamos.
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em conversa com líderes da Europa

Na semana passada, a Polônia chegou a oferecer o envio de caças MIG-29 à Ucrânia, mas os Estados Unidos se posicionaram contra o apoio militar.

Zelensky acrescentou que está muito grato pelo apoio da Europa, mas que precisa de mais. "Espero que vocês sejam capazes de aumentar esse escopo e verão como isso protegerá sua segurança".

O presidente russo, Vladimir Putin, já prometeu "consequências nunca vistas" a quem interferisse no conflito.

Ataque perto da Polônia matou 35 pessoas no domingo

Um ataque aéreo atingiu uma área militar na região de Lviv, a cerca de 25 km da fronteira da Ucrânia com a Polônia, no domingo (13). Segundo a administração regional militar de Lviv, ao menos 35 pessoas morreram e 134 ficaram feridas.

Já a Rússia anunciou que o ataque matou "até 180 mercenários estrangeiros" e destruiu uma grande quantidade de armas fornecidas à Ucrânia por países do ocidente. Combatentes brasileiros no local falam em mais de 200 mortos, número mais próximo ao anunciado pela Rússia.

O ponto exato do ataque é uma base de teste militar em Starychi, perto de Lviv. Conhecida como Campo Militar de Yavoriv, a base foi atingida por mísseis russos, de acordo com o Centro de Comunicações Estratégicas e Segurança da Informação do governo ucraniano.

Para o chefe da administração militar regional de Lviv, Maksym Kozytsky, o ataque é uma confirmação de que não só a Ucrânia, mas toda a Europa estaria sob ataque.

A Polônia é membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Além disso, a fronteira da Ucrânia com a Polônia tem sido um ponto de passagem de material bélico para auxiliar a resistência ucraniana.

EUA diz que ataque contra membro da Otan, é ataque contra todos

No encontro com o presidente polonês, Andrzej Duda, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou que uma ofensiva militar contra qualquer país da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) representaria um ataque contra todos os membros da aliança.

Os Estados Unidos estão preparados para defender cada centímetro do território da Otan. Os Estados Unidos levam a sério que um ataque contra um é um ataque contra todos.
Vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, em entrevista coletiva na Polônia

*Com informações da Reuters e da AFP