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Aliada da Rússia, China diz que 'nunca atacará Ucrânia'

Do UOL, em São Paulo

17/03/2022 05h41Atualizada em 17/03/2022 05h45

Aliada da Rússia, a China "nunca atacará a Ucrânia", disse o principal diplomata no país a autoridades na última segunda-feira (14), de acordo com um comunicado à imprensa do governo regional de Lviv. O conflito completa hoje 22 dias.

"A China nunca atacará a Ucrânia. Ajudaremos, especialmente economicamente... Nesta situação, que você tem agora, agiremos com responsabilidade", disse o embaixador da China na Ucrânia, Fan Xianrong, a Maksym Kozytsky, chefe da administração militar regional em Lviv, durante um encontro, informou a CNN Internacional.

"A China é um país amigo do povo ucraniano. Como embaixador, posso dizer com responsabilidade que a China sempre será uma força do bem para a Ucrânia, tanto econômica quanto politicamente."

Fan disse que a embaixada chinesa havia se mudado de Kiev, alvo de ataques nos últimos dias, para Lviv e permaneceria lá por enquanto, segundo Kozytsky.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Na terça-feira (15), o embaixador da China nos EUA, Qin Gang, publicou um artigo no jornal The Washington Post reiterando que seu país queria ver o fim do conflito na Ucrânia e dissipar "rumores" de que "a China sabia, consentiu ou tacitamente apoiou" a guerra.

"O conflito entre a Rússia e a Ucrânia não é bom para a China. Se a China soubesse da crise iminente, teríamos tentado o nosso melhor para evitá-la", escreveu Qin.

O artigo foi publicado após alegações de oficiais de inteligência dos EUA de que a Rússia havia pedido apoio militar à China na Ucrânia, algo que Pequim e Moscou negaram.

O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou o líder russo, Vladimir Putin, de "criminoso de guerra". Foi a manifestação mais contundente de uma autoridade americana desde o início do conflito. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a fala de Biden é uma "retórica inaceitável e imperdoável", de acordo com a agência de notícias Tass.

Ontem, pelo terceiro dia consecutivo, Rússia e Ucrânia não chegaram a um consenso nas negociações por um acordo de paz.

Em pronunciamento feito por vídeo ao Congresso dos Estados Unidos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comparou os ataques da Rússia aos atentados de 11 de setembro; ele negou a neutralidade exigida pelos russos em um possível plano de paz entre os dois países, conforme relatado pelo jornal Financial Times.

A publicação divulgou que o acordo é ainda um plano provisório com 15 pontos, incluindo um cessar-fogo e a retirada russa do território ucraniano. A Rússia exige, porém, que a Ucrânia declare neutralidade e estabeleça limites para suas forças armadas.

No entanto, Mykhailo Podolak, chefe de gabinete de Zelenskyy, afirmou no Twitter que o rascunho publicado pelo jornal representa apenas as demandas apresentadas pelos russos. "O lado ucraniano tem suas próprias posições", escreveu.