Ucrânia rebate Rússia sobre rendição em Mariupol: 'Basta abrir o corredor'
A Ucrânia rebateu a proposta russa e descartou a ideia de rendição das forças armadas em Mariupol, no sudeste do país. A Rússia propôs que os militares baixem as armas e deixem a cidade por meio de corredores humanitários e pediu uma resposta ucraniana até as 5h (pelo horário de Moscou, 23h pelo horário de Brasília) desta segunda-feira (21).
"Não podemos falar sobre a entrega de armas. Já informamos o lado russo sobre isso. Em vez de gastar tempo em oito páginas de cartas, basta abrir o corredor [humanitário]", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, ao jornal ucraniano Ukrainska Pravda.
Segundo a ministra, os russos enviaram a mesma carta ao ucranianos, à ONU (Organização das Nações Unidas) e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O conteúdo, segundo ela, é "um retorno à história e outro delírio".
"Informamos a ONU e o CICV. Agora estamos aguardando a reação da comunidade internacional. É uma manipulação deliberada e é uma verdadeira tomada de reféns", completou.
Mais cedo no domingo, conforme a agência de notícias russa RIA Novosti, o coronel general Mikhail Mizintsev, chefe do Centro Nacional de Controle de Defesa da Rússia, disse que a Rússia vai garantir uma saída segura de Mairupol e a preservação da vida de todos que depuserem suas armas.
Hoje, o conflito entre os dois países chega ao 25º dia. A região, que faz fronteira com a Rússia e dá acesso ao Mar Negro, tem sido alvo de algumas das maiores ofensivas das forças russas. Na tarde de ontem (19), o governo ucraniano confessou ter perdido acesso ao mar de Azov, onde fica a cidade.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que o cerco a Mariupol, cidade portuária estratégica no sudeste do país, será considerado um crime de guerra.
Mais de 7,2 mil deixaram Mariupol no domingo, diz Ucrânia
Pelo menos 7.295 saíram da região de Mariupol usando quatro corredores humanitários neste domingo (20), disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk. Pelo Telegram, ela informou que 3.985 pessoas foram evacuadas de Mariupol para Zaporizhzhia, em ônibus e carros particulares.
Conforme Vereshchuk, está previsto para esta segunda-feira (21) o envio de até 50 ônibus para evacuar outros moradores de Mariupol.
"Devido à violação do cessar-fogo, a evacuação de Borodyanka não ocorreu pelo segundo dia consecutivo", diz o comunicado.
Um comunicado divulgado por Kirilo Timoshenko, consultor do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, diz também que pelo menos 3.310 pessoas deixaram a região de Kiev.
Rússia bombardeia escola, diz Ucrânia
A Ucrânia disse que um bombardeio russo destruiu uma escola que abrigava 400 refugiados em Mariupol, na manhã deste domingo (20), madrugada no Brasil. Segundo a Câmara Municipal da cidade, o prédio, que fica próximo a uma das entradas da cidade, ficou completamente destruído.
As buscas em meio aos escombros começaram no início do dia, com a ajuda de voluntários. Ainda não há o registro de mortes.
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