Luxo e poder: qual o verdadeiro papel da ex-ginasta na vida de Putin?
Ex-ginasta olímpica, Alina Kabaeva vira e mexe aparece no noticiário por ser considerada há anos a companheira de Vladimir Putin e mãe de quatro filhos do presidente da Rússia —coisa que ele sempre negou. Desta vez, seu nome voltou a ter destaque porque ela entrou na mira das sanções em retaliação à guerra na Ucrânia.
Fontes confirmaram à BBC que ela está na lista de indivíduos que serão em breve sancionados pela União Europeia, enquanto os Estados Unidos decidiram tirar seu nome da lista de bloqueio, segundo o jornal The Wall Stret Journal, porque o alto escalão do governo Joe Biden acredita que a sanção seria um golpe tão pessoal a Putin que aumentaria as tensões entre a Rússia e os EUA.
O Reino Unido já emitiu sanções contra doze parentes e pessoas próximas de Putin, incluindo Kabaeva e sua avó, Anna Zatseplina. O Ministério das Relações Exteriores britânico disse que "são essas pessoas que ajudam a sustentar seu estilo de vida luxuoso" do líder russo.
"Estamos expondo e mirando a rede obscura que sustenta o estilo de vida luxuoso de Putin e apertando o cerco ao seu círculo íntimo", declarou a ministra Liz Truss, em comunicado.
Uma avaliação confidencial da inteligência dos EUA durante a investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições de 2016 nos EUA também já havia apontado Kabaeva como beneficiária da riqueza de Putin.
Isso quer dizer que o papel de Kabaeva no governo russo seria muito maior que o de suposta amante, affair ou namorada.
Desde que os rumores sobre a relação com Putin começaram, ela fez carreira como política e trabalha como diretora de um conglomerado de mídia pró-Kremlin. Hoje, vive na Suíça junto com os filhos, segundo informação divulgada pela imprensa europeia —houve até uma petição online que exigia que ela fosse expulsa de sua residência no país.
O que os governos ocidentais acreditam é que ela gerencie o dinheiro de Putin no exterior, por isso seus bens foram congelados pelo governo britânico e elas está proibida de viajar.
Veja imagens de Alina Kabaeva ao longo dos anos
Carreira de atleta e deputada
Kabaeva nasceu no Uzbequistão e deixou o ensino médio cedo para investir na carreira de ginasta rítmica pela Rússia. A precocidade dela na ginástica se repetiu na política e na carreira de empresária.
Com 15 anos ela conquistou o primeiro campeonato europeu na ginástica rítmica. Aos 22, quando se aposentou, tinha duas medalhas olímpicas (bronze em 2000 e ouro em 2004), 18 títulos mundiais e 25 conquistas europeias.
Esse foi o ápice da carreira da ginasta, que foi suspensa por um ano após testar positivo para um diurético proibido no esporte. Na época, ela alegou que as pílulas que tomou foram compradas em uma farmácia, mas não escapou da punição.
Logo após seu momento dourado nos Jogos de Atenas, se tornou deputada pelo partido de Putin, o Rússia Unida, quando tinha apenas 24 anos. A partir deste momento, a relação entre os dois passou a ser alvo de especulações. Ela ocupou um assento na Câmara Baixa do parlamento da Rússia de 2007 a 2014.
Não se sabe exatamente quando ela e Putin se conheceram, mas, de acordo com a BBC, há uma foto do casal em 2001, quando Putin concedeu a ela uma Ordem da Amizade —uma das maiores honrarias de Estado da Rússia.
Em 2008, ela entrou no conselho no NMG, grupo midiático estatal, e, seis anos depois, passou a liderar esse império. Ela tinha 31 anos na época e ficou responsável oficialmente por emissoras de televisão, jornais e rádio de um grupo ligado ao governo local.
Esses meios de comunicação têm divulgado uma agenda pró-Rússia sobre a guerra na Ucrânia, acusando os ucranianos de bombardear suas próprias cidades e apresentando as tropas russas como libertadoras, diz a BBC. Sua posição a tornou uma mulher rica, com documentos vazados sugerindo que ela ganha cerca de US$ 12 milhões por ano.
Ao longo da vida, Kabaeva recebeu vários títulos controversos: mulher mais sexy da Rússia, mulher mais flexível do país e ginasta favorita de Putin. Neste momento, ela pode ser intitulada como a possível salvação para o fim do conflito.
A mídia internacional especula que Kabaeva anda sendo pressionada por pessoas próximas a ir à Rússia para convencer Putin a terminar o conflito. (Com informações de agências internacionais e BBC News Brasil)
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