Putin diz que Prigozhin era 'talentoso', mas que cometeu 'erros'
O presidente russo, Vladimir Putin, falou pela primeira vez sobre a queda do avião ontem que matou o líder e fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.
O que aconteceu:
Putin classificou Prigozhin como um homem 'talentoso' que cometeu 'erros'. Ele ainda enviou condolências às famílias dos mortos, durante fala em um discurso televisionado.
O presidente russo disse que os investigadores irão apurar o acidente, mas que isso levará tempo. Putin prometeu "levar até ao fim" a investigação sobre o acidente.
"Conheço Prigozhin há muito tempo, desde o início da década de 1990", disse Putin em seu discurso na televisão. No passado, o mercenário chegou a ser o chef que cozinhou para o Kremlin, sede do poder russo.
Prigozhin havia acabado de voltar de viagem à África, segundo Putin. "Pelo que sei", Prigozhin "retornou somente ontem [quarta-feira] da África. Ele encontrou certas autoridades oficiais lá".
O chefe do Wagner teria ido à África Ocidental nos últimos dias, ainda conforme a BBC. Analistas ocidentais temem que o grupo estivesse tentando aumentar seu alcance a outros países, além da Rússia. Um deles seria o Níger, que recentemente teve um golpe de Estado.
"Não esqueceremos", disse Putin sobre o papel dos mercenários Wagner na Guerra na Ucrânia. "Gostaria de salientar que estas são pessoas que contribuíram significativamente para a nossa causa comum".
Ele era uma pessoa com um destino complicado, e cometeu erros graves na vida, mas também visou alcançar os resultados necessários - tanto para si quanto pela causa comum no momento em que lhe pedi, como nestes últimos meses.
Vladimir Putin
A queda do avião
Yevgeny Prigozhin estava a bordo do avião que caiu, segundo a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia. Um canal do Telegram afiliado aos mercenários também confirmou a morte de Prigozhin, segundo a Reuters.
Vídeos divulgados em redes sociais mostram a queda do avião em que estava Prigozhin, ocorrido na região de Tver, na Rússia, a cerca de 180 km de Moscou, de acordo com a agência nacional de aviação russa.
O jato executivo Embraer Legacy ia de Sheremetyevo, cidade próxima à capital Moscou, até São Petersburgo. Dez pessoas estavam a bordo, três pilotos e sete passageiros. Ninguém sobreviveu, segundo o Ministério de Emergências da Rússia.
Em junho deste ano, os mercenários se rebelaram contra o governo do presidente Vladimir Putin e invadiram instalações militares, no que foi a maior crise militar interna na Rússia desde o início da década de 1990.
(Com AFP)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.