'Não dormi por medo de não ouvir sirene', diz brasileiro após deixar Israel
O medo de não ouvir as sirenes de alerta deixou o fotógrafo brasileiro Jairo Goldflus por duas noites em claro em Tel Aviv, para onde viajou de férias com os filhos e se viu em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Em entrevista ao UOL News, ele contou como conseguiu sair do país e ir para Praga (República Tcheca).
Na primeira noite [dos ataques], não dormi com medo de não ouvir a sirene para descer. Na segunda noite, a mesma coisa. Queria estar atento e não passar desespero para minha família. Mandei uma ficha para o consulado, que também vivia uma situação nova. Só sei da notícia desses aviões [da FAB para o resgate de brasileiros], porque ainda não havia uma definição. Tentei outra forma de sair dessa situação. Fui para o aeroporto, que estava uma insanidade, e consegui um voo extra [para Praga]. Jairo Goldflus, fotógrafo
Goldflus contou que, em um primeiro momento, não se deu conta da gravidade do problema. Ele até pensou ser algo "comum" ao ser acordado pelo barulho de uma bomba e com uma sirene tocando.
Chegamos [em Israel] na quinta à tarde e fomos dormir. Acordei às 6h30 com uma sirene na janela do hotel. Olhei e vi um cogumelo cinza; algum morteiro havia acertado um prédio perto do hotel. Havia acabado de acordar, não estava entendendo o que acontecia e pensei ser algo comum. Só comecei a entender depois que descemos para o térreo para tomar café. Aos poucos, tomei consciência do tamanho da coisa. Jairo Goldflus, fotógrafo
O fotógrafo ainda disse que se surpreendeu com a reação dos israelenses que, mesmo preparados para uma situação como aquela, não imaginavam passar por algo parecido.
No primeiro dia, a sirene tocou quatro vezes. Fomos quatro vezes para o bunker, no quarto subsolo do prédio. Apesar de estarem preparados para isso, os israelenses estavam tão chocados quanto nós. Eles são preparados até para passar calma, mas se percebia que era uma cena um pouco nova para eles. Jairo Goldflus, fotógrafo
Situação em Gaza é ainda mais grave do que nos últimos anos, diz professor
O professor de Relações Internacionais da PUC-SP Bruno Huberman classificou a situação na Faixa de Gaza como "mais grave do que nos últimos anos". Em guerra contra o grupo terrorista Hamas, Israel intensificou os ataques e promoveu um cerco total à região. No quarto dia de conflitos, o número de mortos já passa de 1.600.
Desde a madrugada de ontem para hoje, há uma escalada da violência como nunca vimos nos territórios palestinos. Israel lançou um cerco completo a Gaza, e a ONU anunciou que os palestinos não terão mais água potável nos próximos dias. Falamos de uma escalada da calamidade na Faixa de Gaza ainda mais grave do que sempre vimos nos últimos anos. Bruno Huberman, professor de Relações Internacionais da PUC-SP
Josias: PM matar após reclamação de assédio mostra falha na formação
O assassinato de uma mulher na periferia de Maceió (AL) por um PM que assediou a sobrinha dela revela as falhas dos governos estaduais na formação de policiais. A avaliação é de Josias de Souza, que também repudiou o caso ocorrido em Toritama (PE), quando um PM pediu em casamento uma adolescente de 15 anos.
Esses episódios mostram que os governos estaduais deveriam ter uma preocupação adicional com a formação dos seus policiais. São personagens que representam o Estado em situações de tensão e recebem um salvo-conduto para andar armados. Uma pessoa precisa ter preparo para andar armada. Josias de Souza, colunista do UOL
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