Conteúdo publicado há 4 meses

Rússia prende mais de 400 pessoas em atos pela memória de Navalny, diz ONG

Ao menos 400 pessoas foram presas na Rússia entra sexta-feira (16) e sábado (17) durante atos pela memória de Alexei Navalny, opositor do presidente russo Vladimir Putin. As informações são da ONG de direitos humanos OVD-Info.

O que aconteceu

Prisões ocorreram em diferentes regiões do país. De acordo com a ONG, pessoas foram detidas por colocar flores em monumentos das vítimas da repressão política.

A cidade de São Petersburgo lidera o número de prisões — foram mais de 200. Pessoas que prestaram alguma homenagem a Navalny também teriam sido obrigadas a escrever explicações ao governo.

Entre os presos, estava o padre Grigory Mikhnov-Vaitenko, que deveria realizar um serviço memorial para Navalny, em São Petersburgo. Essa é a onda de detenções mais significativa desde os protestos contra uma mobilização geral para a guerra na Ucrânia, em setembro de 2022. A informação é da Reuters.

Imagens da Reuters mostraram dezenas de pessoas reunidas perto de um monumento às vítimas da repressão, em São Petersburgo, neste sábado. Os manifestantes colocaram flores e velas, enquanto alguns cantavam hinos e outros se abraçavam, derramando lágrimas.

Funcionários da prisão alegam que Navalny teve morte súbita

A mãe e um advogado do opositor russo Alexei Navalny foram informados que ele teve a "síndrome da morte súbita". O diretor da Fundação Anticorrupção e a porta-voz do russo, porém, refutam essa versão.

A mãe de Navalny foi informada da causa da morte por funcionários da prisão. A informação foi divulgada no X, antigo Twitter, pelo diretor da Fundação Anticorrupção de Alexei Navalny, Ivan Jdanov. "Ao mesmo tempo, quando o advogado e a mãe de Alexei chegaram esta manhã, foram informados de que a causa da morte de Navalny foi a síndrome da morte súbita", publicou.

Advogados de Navalny foram informados que "nada criminoso" foi apurado. No entanto, a versão é contestada porque acreditam em assassinato.

Continua após a publicidade

Necrotério fechado. A porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, exige que o corpo seja entregue para a família enquanto, segundo ela, o Comitê de Investigação afirma que o corpo só será liberado após a conclusão da investigação. "Os resultados supostamente estarão disponíveis na próxima semana. É óbvio que eles estão mentindo e fazendo tudo o que podem para evitar a entrega do corpo", disse.

Há apenas uma hora, os advogados foram informados de que a investigação havia sido concluída e que nada de criminoso havia sido apurado. Eles literalmente mentem todas as vezes, nos conduzindo em círculos e encobrindo seus rastros.
Kira Yarmish, porta-voz de Alexei Navalny

Morte de Navalny na prisão

Ele estava preso sob acusação de "extremismo" no distrito autônomo de Yamal-Nenets. A informação da morte foi confirmada na manhã de sexta-feira (16). "O preso A.A.Navalny sentiu-se mal depois de uma caminhada e quase imediatamente perdeu a consciência na colônia correcional nº 3, em 16 de fevereiro", informaram as autoridades russas, em nota encaminhada à imprensa.

O principal líder da oposição contra Vladmir Putin cumpria uma sentença de 19 anos. Ele estava preso na colônia penal de Kharp, uma prisão próxima do Círculo Polar Ártico, onde as temperaturas podem chegar à -30 °C. Conhecida como "Lobo Polar", o local é considerado um dos mais duros na Rússia.

Há quatro anos, Navalny foi envenenado com um agente nervoso do grupo Novichok, considerado uma arma química. Ele ficou internado em um hospital em Berlim por um mês. A substância foi confirmada por laboratórios da Alemanha, França e Suécia. O governo russo negou qualquer envolvimento.

Deixe seu comentário

Só para assinantes