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Milei defende Israel, diz que governo não comete 'excessos' e critica Lula

O presidente da Argentina, Javier Milei, defendeu o governo de Israel, afirmou que o país não comete "excessos" na guerra contra o Hamas e criticou o presidente Lula (PT). As declarações foram dadas em entrevista à CNN espanhola, exibida neste domingo (31).

O que aconteceu

Milei afirmou que Israel é um grande aliado da Argentina. Ele ressaltou que o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não comete um "único excesso" na guerra contra o grupo extremista Hamas. "Israel, tudo o que está a fazer, faz dentro das regras do jogo", garantiu.

O libertário criticou os líderes latino-americanos que condenaram Israel pela guerra. A ofensiva israelense lançada em Gaza em retaliação ao ataque do Hamas em seu território, em 7 de outubro, deixou 32.782 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território. O ataque do Hamas deixou ao menos 1.160 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados israelenses. O Hamas capturou cerca de 250 reféns, dos quais 130 continuam cativos em Gaza, incluindo 34 que teriam morrido, segundo as autoridades israelenses.

Milei direcionou as críticas aos presidentes do Chile e do Brasil, Gabriel Boric e Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente. "Acho condenável que eles tenham esse tipo de convicção", disse. Lula chamou a ação de Israel em Gaza de genocídio, enquanto Boric afirmou que a operação militar israelense age como uma "punição coletiva à população civil em Gaza".

O presidente argentino também voltou a criticar a esquerda. "A esquerda nas suas diferentes versões é o cancro da humanidade", ressaltou. "Sem dúvida, os piores presidentes da América Latina por escândalo são os que têm a ver com a ditadura da Venezuela, com o comunismo que Petro quer promover na Colômbia, com o que a Nicarágua tem ou com o que Cuba tem", acrescentou.

Milei chamou Gustavo Petro de "assassino terrorista"

Na mesma entrevista, Milei disse: "Não se pode esperar muito de alguém que foi um assassino terrorista". A declaração foi endereçada ao presidente colombiano Gustavo Petro.

O governo da Colômbia ordenou a expulsão de diplomatas da embaixada da Argentina em Bogotá. Trecho da entrevista havia sido divulgado no dia 27 de março.

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O Ministério de Relações Exteriores da Colômbia emitiu um comunicado no qual repudia as declarações de Milei. Em nota, publicada nesta quarta-feira (27), o governo diz que "repudia declarações proferidas pelo senhor Javier Milei, presidente da Argentina, em entrevista ao canal CNN na qual se expressou de forma degradante contra o presidente dos colombianos, o respeitado Sr. Gustavo Petro".

Governo ordenou expulsão de diplomatas. "O alcance desta decisão será comunicado à embaixada da Argentina através dos canais institucionais diplomáticos", diz comunicado, que não detalhou quais serão os funcionários removidos.

Comunicado diz que não é a primeira vez que Milei ofende Gustavo Petro. O governo acusa ainda o presidente argentino de afetar "as históricas relações de fraternidade entre a Colômbia e a Argentina". "As expressões do presidente argentino deterioraram a confiança da nossa nação, além de ofenderem a dignidade do presidente Petro, eleito democraticamente", diz outro trecho do anúncio.

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