Conteúdo publicado há 8 meses

Esperança é que Israel dê chance a pausa de tranquilidade, diz embaixador

O embaixador do Brasil no Irã, Eduardo Gradilone, disse no UOL News da manhã desta segunda-feira (15) que espera que Israel dê uma "pausa de tranquilidade" nas tensões no Oriente Médio.

No último sábado (13), o Irã lançou dezenas de drones e mísseis contra Israel, acusado de atacar a embaixada iraniana na Síria.

A esperança nossa é que o governo de Israel faça uma espécie de pausa de tranquilidade, porque segundo o governo iraniano, eles fizeram um ataque muito limitado. Eles [o governo iraniano] praticamente se achavam na obrigação de revidar de alguma forma o ataque que receberam. Espero que o assunto se dê por terminado com o que aconteceu agora.

O clima no Irã é que há uma espécie de pausa e se espera que essa pausa continue e, de repente, não haja nenhuma outra escalada. Isso é o que todos nós desejamos para todas as partes envolvidas.

Todos na vizinhança estão tentando trabalhar com a hipótese de que as coisas desanuviaram. Não interessa pra ninguém uma escalada da guerra. Se houver um ressurgimento de atritos, a gente nunca sabe como as coisas vão se desenrolar. Eduardo Gradilone, embaixador do Brasil no Irã

Segundo o embaixador, ontem o dia no Irã foi de tensão, com aeroportos brindo e fechand ao longo do dia e uma atuação intensa da polícia para evitar manifestações.

Hoje as coisas estão bem mais tranquilas, mas sempre com a esperança de que Isrel também não decida fazer nada que possa alterar essa situação. Eduardo Gradilone, embaixador do Brasil no Irã

Nota do Brasil levantou preocupação, mas não escalou conflito, diz embaixador

Gradilone também valorizou a nota do Brasil, que, para ele, serve para "evitar pôr fogo" no conflito.

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Compreendo que ele gostaria de uma nota muito mais enfática, mas a nota não deixou de manifestar preocupação com o que aconteceu. Agora, o importante, é não escalar. Houve a abertura de uma possibilidade de você evitar pôr fogo nessa fogueira. Eduardo Gradilone, embaixador do Brasil no Irã

Embaixador: Estamos caminhando para normalização do relacionamento com Israel

O embaixador comentou que as relações do Brasil com Israel estão voltando à normalidade.

Acho que sim [sobre a normalização do relacionamento com Israel]. Faz bastante tempo que não há nenhum tipo de retórica mais agressiva, tanto de Israel quanto do Brasil. Houve um tempo em que essa retórica estava muito aguerrida.

Temos um passado de relacionamento com Israel que é muito importante, é um patrimônio muito importante. É muito importante que esse patrimônio, nessas horas, passe a ser um fator de apaziguamento. A única reação contrariada de Israel foi por causa da nossa nota que não estava do jeito que Israel gostaria, já que queriam uma condenação muito mais veemente com relação ao que Irã fez.

Acredito, sim, que estejamos caminhando para uma normalização do relacionamento com um parceiro importante, que é Israel. Eduardo Gradilone, embaixador do Brasil no Irã

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Embaixador de Israel no Brasil fala em canais abertos para diálogo, apesar de crise diplomática

Mais cedo, o embaixador israelense Daniel Zonshine disse, também ao UOL News, que as relações entre Israel e Brasil continuam estremecidas, mas há canais abertos de diálogo entre os dois países para que retomem o bom relacionamento.

Ainda estamos em uma espécie de crise diplomática, mas que não é necessária e podemos terminar isso com o uso de aparelhos diplomáticos. Não quero dizer o que cada um tem que fazer, mas há bastante opções diplomáticas para voltarmos a ter relações mais normais.

Essas opções, pelo menos no início, não serão públicas. Temos que resolver e voltar às relações como era antes e vamos achar essas maneiras. (...) Vamos e precisamos achar os canais políticos e diplomáticos para terminar este episódio entre os dois países.

Isso é algo que levará um pouco de tempo. Não podemos e não devemos continuar com isso por muito mais tempo. Espero que isso acabe em breve (...) e que possamos avançar e ver os interesses de longo prazo entre os dois países baseado nas relações e valores que temos.

O que aconteceu

Irã atacou Israel na madrugada de sábado. Os ataques aconteceram depois que o consulado iraniano em Damasco (Síria) foi alvo de uma explosão que matou dois líderes militares, em 1º de abril. Israel não assumiu a autoria do ataque, mas também não negou.

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Sirenes de emergência foram acionadas, enquanto drones e mísseis foram disparados contra Israel. O "Domo de Ferro", sistema de segurança que detecta artefatos e os abate ainda no céu, ajudou a neutralizar ataques.

Israel diz que bloqueou 99% dos mísseis disparados contra o país. O Irã, no entanto, diz que o "Domo de Ferro" falhou e que conseguiram atingir uma base militar. Israel afirma que estragos foram mínimos e que uma garota de 7 anos foi ferida devido a estilhaços.

Irã afirma que o ataque é "caso encerrado" e que não tem intenção de realizar outras ofensivas. Israel, por sua vez, conduziu reuniões no fim de semana para decidir se atacaria de volta ou não. Encontro acabou sem um veredicto. O que se sabe é que, por ora, não deve haver contra-ataque. A decisão teria sido influenciada pelos Estados Unidos, que informou que não participaria de ofensiva contra o Irã.

Ofensiva ocorreu durante a guerra ente Israel e Hamas. Além de inimigo histórico de Israel, o Irã é visto como um dos países que financia e treina combatentes do grupo extremista palestino.

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