Tanques, armas nucleares e caças: qual o poder militar de Irã e Israel

A comunidade internacional acompanha a crescente tensão entre Irã e Israel, em meio ao receio de novos ataques e ao aumento da presença militar de aliados na região. Responsáveis por Forças Armadas poderosas e experientes, Irã e Israel figuram entre as 20 nações com maior poder bélico do mundo.

Irã x Israel: quem tem mais poderio militar?

Ranking anual mede forças militares e compara a capacidade bélica das nações ao redor do mundo. Lista elaborada e divulgada pelo site Global Fire Power é baseada em mais de 60 fatores. Em 2024, o ranking contou com 145 países avaliados e distribuídos de acordo com seu respectivo poder de fogo disponível.

Veja abaixo a comparação atual entre Irã e Israel em diferentes quesitos analisados no ranking:

Efetivo militar. O Irã tem cerca de 610 mil combatentes, enquanto Israel conta com aproximadamente 170 mil pessoas ativamente envolvidas em suas atividades militares. No Irã, a Força Aérea e a Marinha não são instituições separadas, sendo subordinadas ao Exército.

Quantidade de tanques. Segundo o Global Fire Power, o Irã tem 1.996 tanques disponíveis para uso em combate, enquanto Israel tem 1.370.

Tanque israelense perto da fronteira do país com a Faixa de Gaza, em abril de 2024
Tanque israelense perto da fronteira do país com a Faixa de Gaza, em abril de 2024 Imagem: Amir Cohen/REUTERS

Quantidade de aeronaves. O Irã dispõe de um estoque com 551 unidades entre caças, helicópteros e outros formatos de aeronaves. Em Israel, esse estoque contabiliza 612 aeronaves.

Poder naval. Enquanto o Irã tem 101 embarcações em sua Força Naval, sendo 19 submarinos, Israel tem 67 embarcações, entre elas cinco submarinos. Em Israel, são 45 embarcações de patrulha, enquanto no Irã este número é de 21.

Poder de ataque com foguetes. Uma das armas de ambas as nações é o foguete como projétil. Para isso, o Irã conta com 775 plataformas que possibilitam o disparo dos foguetes (como caminhões, por exemplo). Já Israel conta com 150 plataformas.

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Mísseis são a peça-chave do potencial iraniano. Segundo reportagem de 2020 da BBC, o país tem mísseis principalmente de curto e médio alcance, capazes de atingir Israel, países do Golfo, bases militares dos EUA na região e também partes da Europa. O programa de mísseis de longo alcance do Irã foi paralisado como parte de acordo nuclear firmado em 2015 com países estrangeiros. Apesar do acordo, há suspeitas por parte da comunidade internacional de que o projeto pode ter sido retomado e que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares mais poderosas.

Reator nuclear em Arak, no Irã. O país diz ter suspendido a fabricação de armas nucleares de longo alcance
Reator nuclear em Arak, no Irã. O país diz ter suspendido a fabricação de armas nucleares de longo alcance Imagem: Divulgação/Organização de Energia Atômica do Irã/AFP

Sistemas de defesa potentes e tecnológicos são utilizados por Israel. O Domo de Ferro, escudo antimísseis utilizado diversas vezes desde o início do conflito entre o país e o Hamas, é apenas um dos sistemas disponíveis em território israelense. Iron Beam e Estilingue de Davi também são opções sofisticadas e eficazes utilizadas pelas forças israelenses.

Mísseis israelenses do Domo de Ferro são disparados para interceptar foguetes vindos da Faixa de Gaza. Sistema vem sendo amplamente utilizado pelas forças de defesa de Israel
Mísseis israelenses do Domo de Ferro são disparados para interceptar foguetes vindos da Faixa de Gaza. Sistema vem sendo amplamente utilizado pelas forças de defesa de Israel Imagem: Jack Guez/AFP

Estados Unidos lideram o ranking do Global Fire Power. O top 3, formado por EUA, Rússia e China, se manteve do ano passado para este. O Brasil figura na 12ª posição, a frente justamente de Irã e Israel.

A escalada do conflito na região

Assassinatos de líderes inimigos de Israel intensificaram tensão. Ismail Haniyeh, líder do Hamas, morreu em uma explosão no final de julho enquanto visitava o Irã. Desde o ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023, Haniyeh era um dos alvos mais procurados por Israel, que não negou nem confirmou envolvimento na morte.

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Já o comandante do Hezbollah Fuad Shukr teve sua morte reivindicada por Israel. O ataque a Shukr também aconteceu no final de julho e o Exército israelense confirmou que os caças da Força Aérea do país haviam "eliminado" o comandante.

Manifestantes rezam perto de um caixão falso durante protesto contra o assassinato de Ismail Haniyeh. A morte de Haniyeh pode culminar em ataques de retaliação contra Israel
Manifestantes rezam perto de um caixão falso durante protesto contra o assassinato de Ismail Haniyeh. A morte de Haniyeh pode culminar em ataques de retaliação contra Israel Imagem: Emilie Madi/REUTERS

Ameaças de retaliação. Após a morte de Haniyeh, o aiatolá Ali Khamenei, chefe supremo do Irã, declarou que o país se vingaria e alertou que Israel havia dado base para uma "punição dura e uma vingança muito difícil". O Hezbollah e os Houthis (grupo armado formado no Iêmen e que também se voltou contra Israel no conflito) indicaram que poderão reagir à morte de Haniyeh. Já o ex-comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Mohsen Rezaei, afirmou que "Israel pagará um preço elevado" pelo assassinato.

Estados Unidos reforçaram presença em Israel. O governo norte-americano diz temer o ataque contra Israel e enviou um submarino nuclear para auxiliar a defesa israelense. Para garantir efetivo caso seja necessário, Israel proibiu que soldados deixem o país de férias.

Segundo autoridades iranianas, somente um cessar-fogo em Gaza impediria um ataque a Israel. O Irã, juntamente com aliados como o grupo extremista Hezbollah, lançaria um ataque direto se as negociações previstas para essa semana fracassassem ou se houvesse indícios de que Israel não está colaborando com as negociações.

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