Cerca de 3.000 brasileiros já pediram ajuda para sair do Líbano

Cerca de 3.000 brasileiros que moram no Líbano pediram ajuda para deixar o país diante da escalada de violência na região, segundo informações do governo do Brasil.

O que aconteceu

Quantidade exata de pedidos de repatriação não foi informada. O levantamento preliminar foi informado por fontes do Itamaraty ao colunista do UOL Jamil Chade, na manhã desta terça-feira (1º). O Palácio do Planalto trabalhava com o número de 2.000 pessoas até o fim de semana, mas os pedidos de repatriação cresceram vertiginosamente nos últimos dois dias.

Estimativa do governo é de que 20 mil brasileiros vivam no Líbano. A consulta para aqueles que desejam repatriação segue aberta, e a população pode procurar o Itamaraty pelos seguintes números: sala de operações do Sul do Líbano: 07753684; sala de operações de Baalbeck Hermel: 08371479; sala de operações de Nabatiyyeh: 07769002; sala de operações do Bekaa: 08803905.

Operação de larga escala será necessária, já que o número de pedidos de repatriação no Líbano ultrapassa os de repatriados em Israel e Gaza somados desde 7 de outubro de 2023. Por isso, o governo continua orientando que aqueles brasileiros que consigam deixar o país por conta própria o façam.

Número de requisições se equipara ao de 2006, ano da última incursão terrestre de Israel no Líbano. Naquela ocasião, 3.000 pessoas deixaram o país com auxílio do governo brasileiro.

Articulação para voos de repatriação começaram após semanas de orientação para que brasileiros deixassem o Líbano por meios próprios. Somente na semana passada a Embaixada do Brasil em Beirute começou a consultar a população local para saber quem precisaria de ajuda para deixar o país.

Não há detalhamento sobre quando a operação vai começar, nem sobre qual rota os voos de repatriação devem seguir. O Itamaraty informou, somente, que o planejamento inicial da FAB prevê que a decolagem ocorra do aeroporto de Beirute, que continua aberto.

Embaixador Mauro Vieira pediu que a Síria autorizasse a entrada de comboios com brasileiros no país. A conversa ocorreu em reunião com o governo de Bashar al-Assad em Nova York no fim de semana, após a Assembleia Geral da ONU. Vieira também se reuniu com o governo do Líbano, mas os detalhes do plano de retirada dos brasileiros do país não foram detalhados na ocasião.

Duas opções de rota são estudadas, caso os brasileiros sejam retirados por terra em direção à Síria. Uma delas seria a rota até Damasco e outra até a cidade de Latakia. As duas cidades têm aeroportos que poderiam ser usados para voos com direção ao Brasil.

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Países estrangeiros já trabalham com a repatriação de cidadãos. O governo de Gustavo Petro enviou uma aeronave para repatriar 144 colombianos no Líbano. O Canadá, por sua vez, ajudou a reservar passagens em voos comerciais que ainda estão deixando o aeroporto de Beirute. A França anunciou que enviou um navio militar à costa do país por "precaução", caso haja necessidade de evacuação de cidadãos franceses.

Lufthansa suspende voos para Beirute. A empresa alemã divulgou um comunicado nesta segunda-feira (1º) afirmando que não vai operar voos para a capital do Líbano até 30 de novembro. Voos da companhia para Teerã, em Israel, estão suspensos até 14 de outubro e para Tel Aviv até 31 de outubro. A holandesa KLM também suspendeu voos para Tel Aviv pelo menos até o fim do ano.

Incursão terrestre de Israel no Líbano foi anunciada nesta terça

Fumaça é vista após ataque aéreo em Beirute, no Líbano; bombardeio na área destruiu sede de canal de TV
Fumaça é vista após ataque aéreo em Beirute, no Líbano; bombardeio na área destruiu sede de canal de TV Imagem: 1.out.2024/Photo by AFP

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Ataques ocorrem contra alvos do Hezbollah na região sul do Líbano, diz exército israelense. Em comunicado, as Forças de Defesa afirmaram que a aviação e a artilharia realizam ataques de apoio na área.

Mais de vinte vilas perto da fronteira receberam ordem de evacuação. Alguns libaneses se deslocaram para um mosteiro na cidade de Rmeish, que não recebeu aviso de evacuação, para se esconder no local, segundo a Reuters. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas pela guerra desde 23 de outubro, segundo a Organização das Nações Unidas.

O Hezbollah negou que a incursão terrestre esteja em curso no sul do Líbano. Ao canal Al Jazeera, os extremistas disseram que "não houve confronto direto" entre seus combatentes e as forças israelenses.

"Todas as alegações sionistas de que as forças de ocupação entraram no Líbano são alegações falsas", afirmou um porta-voz. Nesta segunda, a sede de um canal de TV pró-Hezbollah foi destruída em um ataque aéreo na região sul de Beirute.

Se confirmada, esta será a primeira incursão terrestre de Israel no Líbano desde 2006. O conflito que aconteceu há 18 anos acabou com uma resolução de cessar-fogo das Nações Unidas.

Órgãos e países repudiam escalada da violência. A força interina das Nações Unidas no Líbano afirmou que a incursão terrestre "viola a integridade territorial e soberania do país". O Ministério do Exterior da Turquia afirmou que Israel conduz "tentativas de invasão fora da lei" e que as tropas devem sair do território imediatamente.

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